Planeta Sustentável
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Discurso vazio???
Gostaria de fazer um pequeno comentário sobre uma reportagem publicada este mês na Revista Nova Escola intitulada o Blábláblá da Educação – discurso vazio, de Anderson Moço, Beatriz Santomauro e Beatriz Vichesi.
Os autores chamam nossa atenção para os jargões dos quais fazemos uso no nosso dia-a-dia, sem compreendermos direito essas expressões e, em que elas se baseiam. Em alguns casos até concordo com eles, mas em outros não.
O fato de que os professores estão mal preparados é de fácil constatação em muitos casos. No entanto, se o trabalho docente tornar-se equivocado deve-se ao fato de que a cada mudança de governo, mudam-se as políticas educacionais, por conseguinte, as tendências pedagógicas.
Aprender brincando, levantar os conhecimentos prévios, formar cidadãos, fazer avaliação formativa, trabalhar a interdisciplinaridade, etc., fazem parte de correntes filosóficas e tendências pedagógicas que devem embasar o trabalho docente e que buscam fortalecer, quando bem entendidas, aquilo que é específico da escola, ensinar. Porém, sabemos que a qualidade da nossa Educação vai de mal a pior, não só pelo fato de os professores não compreenderem as tendências educacionais, mas também porque estamos sendo massacrados pelos problemas sociais que estão afetando o desenvolvimento da aprendizagem dos nossos alunos. Esses problemas estão desembocando nas salas de aula das escolas públicas, trazendo conseqüências muito graves para a educação brasileira e que se apresentam nos resultados das avaliações.
Ensinar é o que deveria bastar para atingirmos os objetivos da educação, entretanto os baixos salários dos professores desfavorecem a participação da grande maioria em cursos de capacitação com qualidade e, também, na compra de livros específicos de fundamentação teórica. Então,o se pode esperar dos resultados da educação brasileira, quando esses fatores interferem no trabalho de sala de aula?
Acredito que não basta apenas dizer que a culpa disso tudo é do professor porque é mal capacitado, ou porque não sabe o que deve ensinar. É preciso, antes de tudo, procurar saber o que está provocando resultados tão negativos para nossa educação. Procurar saber, porque as escolas e secretarias municipais e estaduais têm que apresentar índices de aprovações elevados quando temos constatado que avançar o aluno sem que ele tenha os pré-requisitos necessários, de nada vai favorecê-lo nas outras etapas.
Penso que democratizar o ensino é dar condições para que o aluno tenha acesso ao conhecimento historicamente construído, de maneira que ele possa avançar para as etapas seguintes apresentando domínio desses conhecimentos e não apenas avança-lo achando que mais adiante ele irá amadurecer e, por isso, não devemos reprová-lo mesmo não estando totalmente preparado. O resultado disso está aparecendo nos profissionais que estamos lançando no mercado das diversas áreas, inclusive na área da educação. Isso é culpa só do professor?
Se o nosso discurso é vazio talvez seja porque acabamos nos perdendo, ou fizeram nos perder, daquilo que a escola nunca deveria ter deixado de fazer e fazer muito bem que é ensinar Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências, etc.
Hoje, resolver problemas que não é específico da escola, tais como: programa do leite, bolsa família, entre outros, acabam por desviar aquilo que é fundamental para a escola fazer, ou seja, ensinar com qualidade.
Não podemos continuar fingindo que ensinamos e o nosso aluno fingir que aprende. As escolas públicas já foram bem melhores no passado quando se preocupavam apenas com o ensino. Como diz Saviane, “a transmissão dos instrumentos de acesso ao saber elaborado devem ser resistentes ao tempo tornando-se Clássico, ou seja, é pela mediação da escola que se dá a passagem do saber espontâneo ao saber sistematizado, da cultura popular à cultura erudita”.
Enquanto estivermos sendo induzidos a pensar apenas em “resultados” e “índices de aproveitamento”, a qualidade ficará apenas para uma classe da sociedade, enquanto que a grande maioria estará recebendo pela metade aquilo que teria direito.
Maria Inez Rodrigues
domingo, 14 de dezembro de 2008
Educar
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A educação aquém das metas
Domingo, 14 de Dezembro de 2008
A educação aquém das metas.
Mais uma avaliação do ensino brasileiro vem a público - e mais uma vez o público tem motivos de sobra para se perguntar por que, afinal, o País só consegue, e isso na melhor das hipóteses, ganhos marginais na batalha pela qualidade da educação de base. O Brasil investe no setor algo como 4% do PIB (o que pode ser insuficiente, mas não é uma quirera) e o acesso à escola se tornou praticamente universal (na média nacional, 90% das crianças e jovens de 4 a 17 anos estão matriculados em algum curso). E, no entanto, os índices de evasão, repetência e de descompasso entre a idade do aluno e a série que freqüenta, retratando os níveis abissais de desempenho do sistema, mal respondem aos programas de resgate da aprendizagem - o calcanhar-de-aquiles da crise - por mais bem concebidos que pareçam quando postos no papel.A mais recente corroboração dessa realidade desalentadora está no relatório De olho nas metas, elaborado pelo movimento Todos pela Educação, com base em dados oficiais e em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). O movimento, lançado em 2006, reúne organizações sociais, empresários, educadores e gestores públicos. A entidade compara os resultados do ensino de português e matemática, nas escolas públicas e particulares, com uma série de metas que precisariam ser cumpridas para a educação brasileira mudar substancialmente de figura até 2022, no bicentenário da Independência. Nesse ano, segundo os objetivos fixados pela organização, pelo menos 70% dos alunos de 4ª e 8ª séries deveriam ser proficientes naquelas duas disciplinas essenciais. Atualmente é o oposto: mais de 70% dessas crianças não aprenderam o necessário em português e matemática para a sua série e idade.A ONG estabeleceu metas intermediárias para o período, variando conforme os Estados. Os números divulgados na quinta-feira se referem a 2007. A se manter o sombrio panorama que descortinam, o Brasil não recuperará o atraso na área até 2022. De fato, das 9 metas fixadas, o País alcançou comprovadamente apenas 4. Esses objetivos incluem acesso integral das crianças à escola; proporção de alunos com conhecimento adequado nas respectivas séries; alfabetização de toda a população escolar com 8 anos de idade; investimento de 5% do PIB no setor; e ensino médio completo para todos os jovens com até 19 anos. Os objetivos iniciais são relativamente fáceis de atingir. Para 2007, por exemplo, estabeleceu-se que 14,1% dos alunos de 8ª série deveriam dominar os conteúdos de matemática adequados a esse patamar. Registrou-se um índice de 14,3%. O problema é que, dito de outro modo, 85,7% dos estudantes chegaram ao último ano do ensino fundamental sabendo menos matemática do que precisariam.Depois, piora. No 3º e último ano do curso médio, não atinge 10%, na média nacional, a proporção de alunos com conhecimentos adequados. Na Região Norte, são 3,1%. No Nordeste, 6,2%. As metas tomaram por referência o desempenho dos estudantes dos países desenvolvidos em 2003. A marca melhor, por assim dizer, foi obtida em português, na 4ª série, com 27,9% de adequação (ante a meta de 29%). A essência do problema aparece no relatório em artigo do professor José Francisco Soares, da UFMG. "Se um aluno não atinge um patamar adequado de aprendizagem em um estágio de sua vida escolar", argumenta, "terá mais dificuldades em estágios posteriores." O desafio óbvio, portanto, consiste em "acelerar o ritmo de melhoria da qualidade do ensino", como diz o presidente-executivo do Todos pela Educação, Mozart Ramos Neves.Enquanto não se conseguir fazê-lo, os efeitos da má aprendizagem continuarão a se refletir dramaticamente no ensino médio, "onde se dilui o pouco que conseguimos lá na base", deplora Neves. Além disso, "o ensino médio não prepara o jovem para o mundo, por isso o abandono é tão grande". Para ele, "não é à toa que no Brasil se pratica o que chamamos de enxugar gelo". A meta nacional para 2007 era de 48,6% dos jovens até 19 anos tendo completado o ensino médio. Apurou-se um índice de 44,9% - um robusto avanço em relação aos 17,2% de 1995, mas insuficiente para as necessidades do País na era da informação.
Fonte: O Estadão
domingo, 7 de dezembro de 2008
Ler devia ser proibido.
Já faz algum tempo que não posto assunto nenhum no meu blog. Hoje, entretanto, arrumei um tempinho para postar um video que encontrei no youtube, pois, achei o video muito interessante e acho que todos deveriam ver.
O que o video descreve é muito verdadeiro. O brasileiro lê pouco e, talvez seja por isso que somos um povo que quase nunca reage quando é enganado. A leitura é o que propicia conhecimento e garante o crescimento cultural, é uma pena que nem todo mundo gosta de ler.
Assista o video, você vai gostar.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
SER PROFESSOR
Hoje em dia não é fácil ser professor, porém,deveria ser o contrário. Com o avanço da tecnologia, dar aulas até que poderia ser um prazer. Os novos recursos, adentram as salas de aula tornando-se ferramentas imprescindíveis para o ensino aprendizagem o que, ao meu ver, é um benefício e tanto, pois, as aulas ficam bem mais atrativas. Mas, ser professor não está sendo fácil, porque o que vemos dentro das salas de aula é a desmotivação, a falta de compromisso com os estudos, a falta de respeito, a indisciplina e a falta de interesse dos alunos.E, às vezes, nem mesmo com novas didáticas ou metodologias conseguimos prender a atenção dos alunos para a aprendizagem.Entretamto,o que motiva um professor a continuar ensinando é a certeza de que a formação de um cidadão passa por suas mãos.
É a certeza de que toda dedicação não está perdida.
É a certeza de que a semente do conhecimento foi plantada e que em muitos chãos germinará.
É a certeza de que o "alicerce sólido" do crescimento foi lançado.
É a certeza de que aquilo que dividimos com os outros se realizará no aprendizado.
Ser professor nos tempos modernos é estar atualizado para que a aula professada continue a ser única e original.
Ser professor não é fácil, mas esta é a profissão que escolhi porque amo ensinar e amo aprender. Aprendo todos os dias, ensino todos os dias, amo todos os dias.
Aponto caminhos e enino a caminhar. A decisão, é do meu aluno.
FELIZ DIA DO PROFESSOR!!!
Maria Inez Rodrigues
VOCÊ É ESPECIAL
VOCÊ É ESPECIAL
Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. Só você pode evitar que ela vá à falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você.
É importante que você sempre se lembre de que ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções. Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. É beijar os filhos, curtir os pais e ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de você. É ter maturidade para falar: "eu errei". É ter ousadia para dizer "me perdoe". É ter sensibilidade para confessar: "eu preciso de você".
Ser feliz é ter a capacidade de dizer "eu te amo".
Desejo que a vida seja um canteiro de oportunidades para você...Que nas suas primaveras você seja amante da alegria. Que nos seus invernos seja amigo da sabedoria. E, quando você errar o caminho, recomece tudo de novo. Pois assim você será cada vez mais apaixonado pela vida. E descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Aproveitar as perdas para refinar a paciência, as falhas para esculpir a serenidade. Usar a dor para lapidar o prazer e os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Jamais desista de si mesmo. Jamais desista das pessoas que você ama. Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível. Porque você, você é especial!
Pessoas especiais sabem dividir seu tempo com os outros. São honestas nas atitudes, são sinceras e compassivas, e sabem que o amor é parte de tudo.
Pessoas especiais têm coragem de se doar aos outros, sem nenhum interesse oculto. Não têm medo de ser vulneráveis, acreditam que são únicas e gostam de ser quem são. Pessoas especiais se importam com a felicidade dos outros e os ajudam a conquistá-la.
Pessoas especiais são aquelas que realmente tornam a vida mais bela e mais feliz.
(autor desconhecido)
Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. Só você pode evitar que ela vá à falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você.
É importante que você sempre se lembre de que ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções. Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. É beijar os filhos, curtir os pais e ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de você. É ter maturidade para falar: "eu errei". É ter ousadia para dizer "me perdoe". É ter sensibilidade para confessar: "eu preciso de você".
Ser feliz é ter a capacidade de dizer "eu te amo".
Desejo que a vida seja um canteiro de oportunidades para você...Que nas suas primaveras você seja amante da alegria. Que nos seus invernos seja amigo da sabedoria. E, quando você errar o caminho, recomece tudo de novo. Pois assim você será cada vez mais apaixonado pela vida. E descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Aproveitar as perdas para refinar a paciência, as falhas para esculpir a serenidade. Usar a dor para lapidar o prazer e os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Jamais desista de si mesmo. Jamais desista das pessoas que você ama. Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível. Porque você, você é especial!
Pessoas especiais sabem dividir seu tempo com os outros. São honestas nas atitudes, são sinceras e compassivas, e sabem que o amor é parte de tudo.
Pessoas especiais têm coragem de se doar aos outros, sem nenhum interesse oculto. Não têm medo de ser vulneráveis, acreditam que são únicas e gostam de ser quem são. Pessoas especiais se importam com a felicidade dos outros e os ajudam a conquistá-la.
Pessoas especiais são aquelas que realmente tornam a vida mais bela e mais feliz.
(autor desconhecido)
terça-feira, 9 de setembro de 2008
O sentido do Matrimônio
O café da manhã que mamãe preparava era maravilhoso! Embora fôssemos uma família humilde, minha mãe sempre preparava com muito carinho a primeira refeição do dia. Era ovo frito com farinha, outro dia era ovo escaldado, depois era bife com pão, lingüiça com ovo e pão... Tudo feito com simplicidade. Ao acordar, naquela manhã, quando retornei da 'lua-de-mel', para ir ao trabalho, pensei que encontraria a mesa posta, o café da manhã preparado. Como estava acostumado com a casa da mamã, pensei que acordaria com aquele gostoso cheirinho que vinha sempre da cozinha lá de casa. Olhei para o lado e vi minha esposa, SOL, dormindo profundamente. Feito um anjinho - de pedra! Raspei a garganta, fiz barulho tentando acordá-la. Nada! Fui para o trabalho irritado, de barriga vazia. O local do trabalho ficava a uns cinco minutos do apartamento que alugávamos. Ao me sentar na mesa de trabalho, sentindo a estômago roncar, abri a Bíblia no seguinte trecho: 'O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles' (Lc. 6:31). Disse pra mim mesmo: 'O Senhor não precisa dizer mais nada'. Lá pelas nove horas da manhã, hora em que se podia tirar alguns minutos para o café, dei um jeito de ir até o apartamento, não sem antes passar em uma padaria e comprar algumas guloseimas. Preparei o café da manhã e levei na cama para SOL. Ela acordou com aquele sorriso tão lindo! Estamos para completar Bodas de Prata. Nesses quase vinte e cinco anos de casamento, continuo repetindo esse gesto todos os dias. E com muito amor! Estou longe de ser um bom marido, mas a cada dia me esforço ao máximo... Tenho muito a melhorar, tenho de ser mais santo, mais paciente, mais carinhoso. Sinto-me ainda longe disso, pois o modelo que estou mirando é Jesus: 'Maridos, amai a vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela' (Ef 5,25) O matrimônio é um desafio, pois a todo o momento temos que perdoar e pedir perdão. A cada dia temos que buscar forças em CRISTO , pois, sem Ele nada podemos fazer (Jo 15,5). Quando Paulo se despedia dos cristãos em Éfeso, citou uma bela frase de Jesus (que, aliás, não está nos Evangelhos): 'É maior felicidade dar que receber' (At 20,35). Quando se descobre isso no matrimônio, se descobre o princípio da felicidade. Por que muitos casamentos não têm ido adiante? Porque o egoísmo tomou conta do casal. É o 'cada um por si' que vigora. Estamos na sociedade do descartável: copo descartável, prato descartável, etc. Pessoas não são descartáveis, porém, o que não é descartável precisa ser cuidado para ser durável. O mundo precisa do testemunho dos casais de que o matrimônio vale a pena! E, para que isso aconteça, é necessário um cuidado amoroso e carinhoso por parte do marido e da esposa. Ambos têm o dever de cuidar um do outro com renovados gestos de carinho e perdão diariamente. É preciso declarar, todos os dias o amor, em gestos e palavras. A primeira palavra que sempre digo para minha esposa ao iniciar o dia é: 'Eu amo você'. Não é fácil dizer isso às vezes, pois muitas vezes acordo de mal comigo mesmo. Então, faço uma oração pedindo o Espírito Santo e Ele me dá a força do amor para amar aquele dia. Recebo de Deus a força do perdão. Faça isso agora também. Declare seu amor! Aos solteiros e aos que ainda não se casaram, quero dizer o seguinte: 'Se você estiver pensando em casar para ser feliz, não se case! Fique como está, solteiro mesmo'. Mas, se sua intenção é casar para fazer alguém feliz, case-se e você será a pessoa mais feliz do mundo! O segredo da felicidade é fazer o outro feliz! Quem disse isso foi Aquele que mais entende de felicidade: 'DEUS' .
domingo, 20 de julho de 2008
O Tempo e a Vida
O tempo caminha conosco trazendo sempre lições que, ora nos alegram, ora nos deixam tristes. É com ele que aprendemos o quanto vale a vida e que as rugas e marcas que aparecem em nosso rosto, são o retrato da nossa história, de alegrias e sofrimentos. Essas marcas muitas vezes doem e não conseguimos superá-las, porque ao olharmos para o espelho todas as manhãs,visualizamos cada uma delas e as lembranças invadem nossa mente fazendo-nos sofrer outra vez. Como acreditar, então, na máxima de que "o tempo se encarrega de apagar as marcas e lembranças?"...Acredito nas lições que ele nos dá. Acredito na força de ter que começar de novo... de recomeçar. Acredito nas marcas que ele nos deixa. Acredito nos disfarces, nas possibilidades, no destino, na passagem do tempo.Acredito que o meu tempo é agora e a minha busca é você... Acredito que a minha lição é a vida e que o meu guia é Deus. Acredito na superação de todos os limites, mas somente o tempo poderá dizer o quanto poderei resistir. E a vida?... Ah!!! A vida caminha com o tempo ensinando-me lições e não deixando que eu esqueça as melhores., resistindo
às piores e comemorando as vitórias.
Maria Inez Rodrigues
sábado, 19 de julho de 2008
sexta-feira, 18 de julho de 2008
MEU TEMPO
Em um espaço de tempo
Que não sei bem onde vai dar,
Procuro realizar meus sonhos,
Minhas lutas, minhas glórias.
Enfeito-me de alegria, emoções e desejos,
Para as conquistas, para os avanços, para o mundo,
vencendo meus medos.
Meu tempo vai passar, eu sei.
Por isso, não posso parar, tenho que seguir em frente e conquistar.
Conquistar é o que eu quero.
Conquistar é o que eu espero.
Conquistar não é partida, é chegada é avenida.
É o infinito, é o momento, é o tempo.
É o agora.
É a glória.
É o meu tempo
Maria Inez Rodrigues
segunda-feira, 28 de abril de 2008
A PARÁBOLA DA XÍCARA E O CAFÉ
Um grupo de ex-alunos, todos muito bem estabelecidos profissionalmente, se reuniu para visitar um antigo professor da universidade.Em pouco tempo, a conversa girava em torno de queixas de estresse notrabalho e na vida como um todo.Ao oferecer café aos seus convidados, o professor foi à cozinha e retornou com um grande bule e uma variedade de xícaras - de porcelana, plástico, vidro, cristal; algumas simples, outras caras, outras requintadas; dizendo a todos para se servirem.Quando todos os estudantes estavam de xícara em punho, o professor disse:"Se vocês repararem, pegaram todas as xícaras bonitas e caras, e deixaram as simples e baratas para trás.Uma vez que não é nada anormal que vocês queiram o melhor para si, isto é. a fonte dos seus problemas e estresse.Vocês podem ter certeza de que a xícara em si não adiciona qualidadenenhuma ao café.Na maioria das vezes, são apenas mais caras e, algumas vezes, até ocultam o que estamos bebendo.O que todos vocês realmente queriam era o café, não as xícaras, masescolheram, conscientemente, as melhores xícaras... e então ficaram de olho nas xícaras uns dos outros.Agora pensem nisso:Na vida perdemos grandes oportunidades por causa da xícara, mergulhamos em nosso egoísmo de querer tudo da forma mais perfeita e nos esquecemos do real objetivo de nossa existência, buscamos mais a xícara (aparência, dinheiro, posição social)do que o café (A vida o amor). A Vida e o amor são o café, e o resto são as xícaras.Elas são apenas ferramentas para sustentar e conter a Vida e o tipo de xícara que temos não define, nem altera, a qualidade de Vida que vivemos.Às vezes, ao concentrarmo-nos apenas na xícara, deixamos de saborear o café que Deus nos deu."Deus coa o café, não as xícaras... saboreie seu café!
Autor desconhecido
sábado, 12 de abril de 2008
FELICIDADE
Os pais podem dar alegria e satisfação a um filho,mas não há como lhe dar felicidade.Os pais podem aliviar sofrimento enchendo-o de presente, mas não há como lhe comprar felicidade.Os pais podem ser muito bem sucedidos e felizes, mas não há como lhe emprestar felicidade.Mas os pais podem aos filhos,dar muito amor, carinho, respeito,Ensinar tolerância, solidariedade e cidadania,Exigir reciprocidade, disciplina, religiosidade,Reforçar a ética e apreservação da terra.Pois é de tudo isso que se compõe a auto-estima.è sobre a auto-estima que repousa a alma,E é nesta paz que reside a felicidade.
Içami Tiba Quem Ama Educa
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Amanheça com o sabor da alegria. Deslumbre um dia radioso e feliz. Procure os lugares onde os sons tragam para dentro de você o esplendor de estar vivo. Tenha nas tuas leituras o encontro perfeito da tua mente e de tua alma. Não apague tuas derrotas com rancor ou desânimo,elas proporcionam vitórias verdadeiras,sem manchas em outros corações. Dirija-se sempre na cautela de não passar por cima de nada que não te pertença, só assim não pisarás no que é teu de verdade. Tuas conquistas serão sempre tuas, mas teus dissabores terão outros participantes e com certeza irás responder por isso, caso não tenhas ainda um pouco de bem querer dentro de ti.
Autor desconhecido
quinta-feira, 3 de abril de 2008
CONSTRUIR E DESTRUIR
André Luiz
Para construir uma floresta, a natureza gasta séculos de serviço; Para destrui-la, basta uma chispa de fogo. Para construir uma casa, grande turma de obreiros despende longos dias; Para destrui-la, basta um só homem, de picareta, no espaço de horas. Para construir um jarro de legitima porcelana, o ceramista utiliza tempo enorme de vigilia e preparação; Para destrui-lo, basta um martelo.Para construir uma cidade, o povo emprega anos e anos de sacrificio; Para destrui-la, basta hoje uma bomba. Irmãos, sempre que chamados a critica, respeitemos o esforço nobre dos semelhantes. Para construir, são necessários amor e trabalho, estudo e competência, compreensão e serenidade, disciplina e devotamento. Para destruir, porém, basta as vezes uma só palavra."Mais vale um exemplo, do que um milhão de palavras..."
segunda-feira, 31 de março de 2008
SER PROFESSOR
Ser professor (a):É despertar a magia do saber é abrir caminhos de esperança desvendar o mistério do cálculo da fala e da escrita.É criar o real desejo de ser.É promover o saber universal especializar políticos,médicos, cientistas, técnicos, administradores, artistas...É participar profundamente do crescimento social...É trabalhar em grande mutirão lançando as primeiras bases que transformarão idéias em projetos executados em terrafirme ou em imensidão.É não se dar conta da amplitude de um trabalho que é missão mover o mundo através do operário ou presidente que um dia passou por sua mão.
Autor Desconhecido
quinta-feira, 20 de março de 2008
MENSAGENS PARA REFLERXÃO
"Tenho pensamentos que, pudesse eu trazê-los à luz e dar-lhes vida, emprestariam nova leveza às estrelas, nova beleza ao mundo, e maior amor ao coração dos homens."
Fernando Pessoa
"O que somos hoje deve-se aos nossos pensamentos de ontem que condicionaram nosso comportamento, e são os nossos atuais pensamentos que constróem a nossa vida de amanhã; a nossa vida é a criação de nossa mente. Se um homem fala ou atua com a mente impura, o sofrimento lhe seguirá da mesma forma que a roda do carro segue ao animal que o arrasta."
Buda
GUARDEMOS O CUIDADO
O homem enxerga sempre, através da visão interior. Com as cores que usa por dentro, julga os aspectos de fora. Pelo que sente, examina os sentimentos alheios.Na conduta dos outros, supõe encontrar os meios e fins das ações que lhe são peculiares. Dai, o imperativo de grande vigilância para que a nossa consciência não se contamine pelo mal. Quando a sombra vagueia em nossa mente, não vislumbramos senão sombras em toda parte. Junto das manifestações do amor mais puro, imaginamos alucinações carnais. Se encontramos um companheiro trajado com louvável apuro, pensamos em vaidade. Ante o amigo chamado à carreira pública, mentalizamos a tirania política. Se o vizinho sabe economizar com perfeito aproveitamento da oportunidade, fixamo-lo com desconfiança e costumamos tecer longas reflexões em torno de apropriações indébitas. Quando ouvimos um amigo na defesa justa, usando a energia que lhe compete, relegamo-lo, de imediato, à categoria dos intratáveis. Quando a treva se estende, na intimidade de nossa vida, deploráveis alterações nos atingem os pensamentos.Virtudes, nessas circunstâncias, jamais são vistas. Os males, contudo, sobram sempre. Os mais largos gestos de bênção recebem lastimáveis interpretações. Guardemos cuidado toda vez que formos visitados pela inveja, pelo ciúme, pela suspeita ou pela maledicência. Casos intrincados existem nos quais o silêncio é o remédio bendito e eficaz, porque, sem dúvida, cada espírito observa o caminho ou o caminheiro, segundo a visão clara ou escura de que dispõe.
Emmanuel / Chico Xavier
domingo, 16 de março de 2008
Dia desses assisti uma palestra cujo assunto era sobre Condutas Típicas. Fiquei ouvindo a palestrante discorrer sobre o assunto e pude perceber, conforme ela falava que estamos vivendo em um mundo perigoso. O ser humano é muito complexo em sua psique e a loucura pode tomar conta de uma pessoa muito facilmente., sem que ela se dê conta.
A sociedade em que vivemos não está se dando conta dos riscos e só toma alguma atitude quando acontece algo com alguém de sua família. Está muito difícil falarmos de amor hoje em dia. Existe uma frieza muito grande nas pessoas que até os meios de comunicação estão divulgando propagandas para estimular a solidariedade e o cavalheirismo para com o próximo. Talvez isso tenha uma explicação. Segundo a OMS cerca de 10% das crianças e adolescentes apresentam algum tipo de transtorno mental. O transtorno mental é um conjunto de sintomas ou comportamentos clinicamente reconhecível associado na maioria dos casos, a sofrimento e interferências nas funções pessoais, CID – 10. Podem ser causadas por: herança genética, bioquímica e ambiente.
As condutas típicas que se encaixam também nestes estudos, “são manifestações típicas de síndrome e quadros neurológicos, psicológicos ou psiquiátricos persistentes que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional especializado” (Brasil, 1994). Mas, será que as escolas estão realmente preparadas para lidar com estes casos haja vista as últimas notícias divulgadas pela mídia de agressões físicas violentas ocorridas em escolas de São Paulo?
Enxergar transtornos mentais não é nada fácil. Os psicopatas que o digam. E, para nós professores, cabe estudar o desenvolvimento humano na sua estrutura psicológica para aprendermos a identificar e lidar com esse tipo de aluno, pois, queira ou não, as escolas estão cheias deles.
A sociedade em que vivemos não está se dando conta dos riscos e só toma alguma atitude quando acontece algo com alguém de sua família. Está muito difícil falarmos de amor hoje em dia. Existe uma frieza muito grande nas pessoas que até os meios de comunicação estão divulgando propagandas para estimular a solidariedade e o cavalheirismo para com o próximo. Talvez isso tenha uma explicação. Segundo a OMS cerca de 10% das crianças e adolescentes apresentam algum tipo de transtorno mental. O transtorno mental é um conjunto de sintomas ou comportamentos clinicamente reconhecível associado na maioria dos casos, a sofrimento e interferências nas funções pessoais, CID – 10. Podem ser causadas por: herança genética, bioquímica e ambiente.
As condutas típicas que se encaixam também nestes estudos, “são manifestações típicas de síndrome e quadros neurológicos, psicológicos ou psiquiátricos persistentes que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional especializado” (Brasil, 1994). Mas, será que as escolas estão realmente preparadas para lidar com estes casos haja vista as últimas notícias divulgadas pela mídia de agressões físicas violentas ocorridas em escolas de São Paulo?
Enxergar transtornos mentais não é nada fácil. Os psicopatas que o digam. E, para nós professores, cabe estudar o desenvolvimento humano na sua estrutura psicológica para aprendermos a identificar e lidar com esse tipo de aluno, pois, queira ou não, as escolas estão cheias deles.
Maria Inez Rodrigues Pedagoga com especialização em Educação Especial.
quinta-feira, 13 de março de 2008
MILHO DE PIPOCA QUE NÃO PASSA PELO FOGO...
Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo!Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela.A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM!E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente,algo que ela mesma nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva.Não vão dar alegria para ninguém.(extraído do livro "O amor que acende a lua", de Rubem Alves - Editora Papirus)
quarta-feira, 12 de março de 2008
O ÚNICO ANIMAL
O homem é o único animal que ri dos outros. O homem é o único animal que passa por outro e finge que não vê ...É o único que fala mais que o papagaio.É o único que gosta de escargots(fora, claro, o escargot).É o único que acha que Deus é parecido com ele.E é o único que......que se veste...que veste os outros...que faz o que gosta escondido...que muda de cor quando se envergonha...que se senta e cruza as pernas...que sabe que vai morrer...que pensa que é eterno...que não tem uma linguagem comum a toda a espécie...que se tosa voluntariamente...que lucra com os ovos dos outros...que pensa que é anfíbio e morre afogado...que tem bichos...que joga no bicho...que aposta nos outros...que compra antenas...que se compara com os outros O homem não é o único animal que alimenta e cuida de suas crias, mas é o único que depois disso faz chantagem emocional.Não é o único que mata, mas é o único que vende a pele.E não é o único...... que voa, mas é o único que paga para isso....que constrói casa, mas é o único que precisa de fechadura...que foge dos outros, mas é o único que chama isso de retirada estratégica....que traí, poluí e aterroriza, mas é o único que se justifica... que engole sapo, mas é o único que não faz isso pelo valor nutritivo. (...)VERISSIMO, Luis Fernando.O marido do Doutor Pompeu, Porto Alegre;L&PM,1987
A BAGAGEM DE CADA UM
Sua vida começa, você tem apenas uma mala pequenina de mão.Na medida em que os anos vão passando, a bagagem vai aumentando porque existem muitas coisas que você recolhe pelo caminho, coisas que você pensa que são importantes ...A um determinado ponto do caminho começa a ficar insuportável carregar tantas coisas, pesa demais ...Então você pode escolher: ficar sentado(a) a beira do caminho, esperando que alguém o(a) ajude; o que é difícil, pois todos que passarem por ali já terão sua própria bagagem...Você pode ficar a vida inteira esperando até que seus dias acabem ...Ou você pode aliviar o peso, esvaziar um pouco a mala.Mas, o que tirar?Você começa tirando tudo para fora ...Veja o que tem dentro:AMOR, AMIZADE ... Nossa!! Tem bastante ... Curioso, não pesa nada ...Tem algo pesado ... você faz força para tirar... É a RAIVA – como ela pesa!!Aí você começa a tirar, tirar ... e aparecem a INCOMPREENSÃO, o MEDO, o PESSIMISMO ...Nesse momento, o DESÂNIMO, quase te puxa pra dentro da mala ...Mas você puxa-o para fora com toda a força, e no fundo aparece um SORRISO, sufocado no fundo da sua bagagem ...Pula para fora outro sorriso e mais outro, e aí sai a FELICIDADE ...Então você coloca as mãos dentro da mala de novo e tira para fora a TRISTEZA ...Agora, você vai ter que procurar a PACIÊNCIA dentro da mala, pois vai precisar bastante!!Procure então o resto, a FORÇA, ESPERANÇA, CORAGEM, ENTUSIASMO, EQUILÍBRIO, RESPONSABILIDADE, TOLERÂNCIA e o Bom e Velho HUMOR...Tire a PREOCUPAÇÃO também. Deixe de lado, depois você pensa o que fazer com ela ...Bem sua bagagem está pronta para ser arrumada de novo ...Cabe a você, escolher o que vai colocar lá dentro de novo!!Lembre de fazer isso mais vezes, pois o caminho é longo...muito longo Leve a bagagem cada vez mais leve e seja muuuuuuito FELIZ...O QUE VOCÊ CARREGA EM SUA BAGAGEM ??
Desconheço o autor.
quinta-feira, 6 de março de 2008
ESTRELAS
Você traz consigo estrelas que a vida concede.Estrelas de brilhar, estrelas de crescer, estrelas de encontrar o caminho do sonho que se persegue.Saber reconhecer as estrelas é o nosso destino.Porque há quem se encante com o brilho de estrelas que não são suas e se perde.Há quem deseje o brilho de outra mais distante e por isso passe quase todo o tempo como passageiro, a espera de um trem para lugar nenhum.Aceitar as estrelas que trazemos é o que faz a diferença entre o que queremos ser e o que verdadeiramente somos.Brilhar é acreditar na força que elas têm.E aí então, deixar que suas luzes se derramem alma a dentro. Que carregar as estrelas seja como conduzir um candeeiro para que, onde quer que se vá, possam todos perceber a claridade. (Autor desconhecido.)
domingo, 2 de março de 2008
ESCUTATÓRIA
Rubem Alves
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil.
Diz o Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma". Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver é preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma". Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus. Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: "Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas". Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que foi trabalhar num programa educacional da Igreja Presbiteriana USA, voltado para minorias. Contou-me de sua experiência com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Também para se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: "Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado". Segunda: "Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou". Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: "Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou". E assim vai a reunião.
Há grupos religiosos cuja liturgia consiste de silêncio. Faz alguns anos passei uma semana num mosteiro na Suíça, Grand Champs. Eu e algumas outras pessoas ali estávamos para, juntos, escrever um livro. Era uma antiga fazenda. Velhas construções, não me esqueço da água no chafariz onde as pombas vinham beber. Havia uma disciplina de silêncio, não total, mas de uma fala mínima. O que me deu enorme prazer às refeições. Não tinha a obrigação de manter uma conversa com meus vizinhos de mesa. Podia comer pensando na comida. Também para comer é preciso não ter filosofia. Não ter obrigação de falar é uma felicidade. Mas logo fui informado de que parte da disciplina do mosteiro era participar da liturgia três vezes por dia: às 7 da manhã, ao meio-dia e às 6 da tarde. Estremeci de medo. Mas obedeci. O lugar sagrado era um velho celeiro, todo de madeira, teto muito alto. Escuro. Haviam aberto buracos na madeira, ali colocando vidros de várias cores. Era uma atmosfera de luz mortiça, iluminado por algumas velas sobre o altar, uma mesa simples com um ícone oriental de Cristo. Uns poucos bancos arranjados em U definiam um amplo espaço vazio, no centro, onde quem quisesse podia se assentar numa almofada, sobre um tapete. Cheguei alguns minutos antes da hora marcada. Era um grande silêncio. Muito frio, nuvens escuras cobriam o céu e corriam, levadas por um vento impetuoso que descia dos Alpes. A força do vento era tanta que o velho celeiro torcia e rangia, como se fosse um navio de madeira num mar agitado. O vento batia nas macieiras nuas do pomar e o barulho era como o de ondas que se quebram. Estranhei. Os suíços são sempre pontuais. A liturgia não começava. E ninguém tomava providências. Todos continuavam do mesmo jeito, sem nada fazer. Ninguém que se levantasse para dizer: Meus irmãos, vamos cantar o hino... Cinco minutos, dez, quinze. Só depois de vinte minutos é que eu, estúpido, percebi que tudo já se iniciara vinte minutos antes. As pessoas estavam lá para se alimentar de silêncio. E eu comecei a me alimentar de silêncio também. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras.
E música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar.
A música acontece no silêncio.
É preciso que todos os ruídos cessem.
No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós - como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou.
A alma é uma catedral submersa.
No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada.
Somos todos olhos e ouvidos.
Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar.
Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.
OS COMPROMISSOS NECESSÁRIOS PARA UM BRASIL ALFABETIZADO.
Vera Masagão Ribeiro
Os dados sobre o alfabetismo funcional confirmam que a educação básica
é o pilar fundamental para promover a leitura, o acesso à informação,
a cultura e a aprendizagem ao longo de toda a vida. Assim, para
que tenhamos um Brasil com níveis satisfatórios de participação social
e competitividade no mundo globalizado, um primeiro compromisso a
ser reafirmado é com a extensão do ensino fundamental de pelo menos
oito anos a todos os brasileiros, independentemente da faixa etária, com
oferta flexível e diversificada aos jovens e adultos que não puderam realizá-
lo na idade adequada.
É preciso também reconhecer que os resultados da escolarização em
termos de aprendizagem ainda são muito insuficientes e que um eixo
norteador para a melhoria pedagógica na educação básica deve ser o
aprimoramento do trabalho sobre a leitura e a escrita. É preciso superar
a visão de que esse é um problema apenas dos professores alfabetizadores
e dos professores de Português. Grande parte das aprendizagens
escolares depende da capacidade de processar informações escritas,
verbais e numéricas, relacionando-as com imagens, gráficos etc. Todos
os educadores precisam atuar de forma coordenada na promoção dessas
habilidades, contando com referências claras quanto a estratégias e
estágios de progressão desejáveis ao longo do processo, para que os
avanços possam ser monitorados. Com apoio dos gestores, todos os
professores devem agir sistemática e intensivamente no sentido de desenvolver
nos alunos hábitos e procedimentos de leitura para estudo,
lazer e informação, assim como proporcionar o acesso e a manipulação
das fontes: bibliotecas com bons acervos de livros, revistas e jornais,
computador e internet.
Finalmente, é preciso reconhecer que a promoção do alfabetismo
não é tarefa só da escola. Os países que já conseguiram garantir o acesso
universal à educação básica estão conscientes de que é necessário
também que os jovens e adultos encontrem, depois da escolarização,
oportunidades e estímulos para continuar aprendendo e desenvolvendo
as suas habilidades. Os programas de dinamização de bibliotecas
e inclusão digital são fundamentais e devem ser levados a sério pelas
políticas públicas. Para a população empregada, o próprio local de trabalho
pode ser potencializado como espaço de aprendizagem e, nesse
caso, os empresários têm uma participação importante nos compromissos
a ser assumidos. As empresas podem oferecer e incentivar o uso de
acervos de jornais, revistas e livros, assim como de terminais de acesso
à internet para fins de pesquisa, além de ampliar as oportunidades de
participação em programas educativos relacionados ao desenvolvimento
pessoal e profissional dos trabalhadores, dando especial atenção aos
que têm menor qualificação e necessitam de mais apoio para superar a
exclusão cultural.
Vera é doutora em Educação pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, coordenadora e pesquisadora da Orga-
nização Não-Governamental Ação Educativa e coordenadora da pesquisa
INAF (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional).
AINDA SOBRE A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS...
. A violência nas escolas está sendo de certa forma, banalizada, e isso é muito preocupante, porque o professor deveria ser respeitado e idolatrado por ser aquele que conduz ao caminho da sabedoria, do conhecimento e formador de opiniões e de cidadãos. O magistério é uma das profissões mais dignas que uma pessoa pode exercer, pois, todas as outras profissões passam por ela. É certo, no entanto, que a escola não acompanhou a evolução e as transformações que a era da tecnologia e do conhecimento exigem para o desenvolvimento da aprendizagem.E a indisciplina na escola de hoje é mais um desafio que os professores precisam vencer com criatividade. Também é certo que o sistema de ensino está mais preocupado com resultados e índices do que propriamente com a qualidade desse ensino, muito embora faça cobranças colocando a cargo do professor a culpa pelo bom ou mau desempenho da escola.Se não há disciplina a aprendizagem pode não acontecer porque as interferências acabam prevalecendo diante daquilo que precisa ser ensinado.Entretanto, a disciplina não é algo que se impõem, que se obriga, que se determina, ela é algo que se conquista com inteligência, dedicação, perseverança e muito trabalho.Quando as aulas são mau preparadas é fato consumado a tal da indisciplina. É por isso que a disciplina depende da motivação que pode ser provocada por vários fatores que influenciam na aprendizagem dos alunos. Esses fatores podem estar ligados tanto a vida pessoal, familiar e socioeconômica do aluno, quanto na relação interpessoal que o professor tem para com ele. Ora, sabemos que a maioria dos jovens e crianças que freqüentam nossas escolas é oriunda de famílias desestruturadas e que, por conta disso, a escola está responsável, também, por ensinar boas maneiras, ou seja, educar essas crianças e esses jovens ensinando-lhes limites que deveriam ter aprendido em casa com seus pais. Acaba, com isso, que a verdadeira função da escola está sendo desviada para obrigações que não são dela ,tendo que dar conta do currículo oficial previsto no planejamento do professor, bem como do currículo oculto presente nos temas que preparam nossos alunos para o pleno exercício da cidadania. Também hoje, o professor precisa aprender a lidar com uma nova realidade, a do multiculturalismo, e respeitar as diferenças, bem como ser criativo na sua didática para evitar confrontos e dissabores que acabam por explodir em atos de violência contra ele mesmo.O trabalho docente está se transformando em um trabalho de alto risco, porque se o professor exige do aluno responsabilidade nos estudos, ele sofre violência tanto física quanto verbal, mas se não exige e ensina de qualquer jeito, é taxado de incompetente e responsabilizado pela má formação desse aluno. Acredito, entretanto, que não devemos ser nem de mais nem de menos, porém não podemos baratear a educação e o nosso sistema de ensino como estamos vendo acontecer através dos resultados das avaliações que os meios de comunicação nos apresentam. Tudo tem uma causa e uma conseqüência. A violência e a indisciplina nas escolas está chamando a nossa atenção para algo que está errado.
As dinâmicas das salas de aulas talvez ainda não tenham conseguido acompanhar as transformações e mudanças da nova geração de alunos que recebemostodos os dias, porque a escola pouco mudou na sua estrutura didático-pedagógica.Uma boa parte dos professores ainda insistem em ministrar aulas apoiados apenas em livros didáticos, não querendo ou não sabendo fazer uso de outros recursos. A sociedade mudou, a escola não.Lidar com a nova geração de crianças e adolescentes acostumados com o uso de novas tecnologias e avalanches de informações todos os dias, ao que parece requer boa formação e domínio de conhecimentos. O despreparo de muitos professores faz com que as dificuldades apareçam ocasionando o surgimento da indisciplina e, por que não, da violência nas escolas. A educação é para todos sim, respeitando-se as diferenças, mas o respeito a quem ensina também deve ser garantido. Uma Nação não se fortalece na sua cidadania sem Educação e uma Escola não se estrutura sem um professor. Portanto, está na hora do Estado voltar seus olhos para o que está acontecendo e defender seus professores, valorizando-os com salários mais dignos, com escolas melhor equipadas, com salas de aulas de no máximo 25 alunos, com planos de saúde de qualidade e garantia de assistência, com segurança no trabalho, bolsas de estudo para seu crescimento intelectual e profissional, bem como o respeito que todos eles merecem ter.
O professor já foi muito mais respeitado do que é hoje. Mas, mesmo não sendo verdadeiramente valorizado como deveria a relação que o professor deve continuar tendo com seus alunos é de uma relação ativa para a transformação porque, como dizia Paulo Freire: “Há uma dimensão, de que participa todo professor, que diz respeito a seu papel, independentemente de sua opção política... É o ato de ensinar o que tem de ser ensinado”.
As dinâmicas das salas de aulas talvez ainda não tenham conseguido acompanhar as transformações e mudanças da nova geração de alunos que recebemostodos os dias, porque a escola pouco mudou na sua estrutura didático-pedagógica.Uma boa parte dos professores ainda insistem em ministrar aulas apoiados apenas em livros didáticos, não querendo ou não sabendo fazer uso de outros recursos. A sociedade mudou, a escola não.Lidar com a nova geração de crianças e adolescentes acostumados com o uso de novas tecnologias e avalanches de informações todos os dias, ao que parece requer boa formação e domínio de conhecimentos. O despreparo de muitos professores faz com que as dificuldades apareçam ocasionando o surgimento da indisciplina e, por que não, da violência nas escolas. A educação é para todos sim, respeitando-se as diferenças, mas o respeito a quem ensina também deve ser garantido. Uma Nação não se fortalece na sua cidadania sem Educação e uma Escola não se estrutura sem um professor. Portanto, está na hora do Estado voltar seus olhos para o que está acontecendo e defender seus professores, valorizando-os com salários mais dignos, com escolas melhor equipadas, com salas de aulas de no máximo 25 alunos, com planos de saúde de qualidade e garantia de assistência, com segurança no trabalho, bolsas de estudo para seu crescimento intelectual e profissional, bem como o respeito que todos eles merecem ter.
O professor já foi muito mais respeitado do que é hoje. Mas, mesmo não sendo verdadeiramente valorizado como deveria a relação que o professor deve continuar tendo com seus alunos é de uma relação ativa para a transformação porque, como dizia Paulo Freire: “Há uma dimensão, de que participa todo professor, que diz respeito a seu papel, independentemente de sua opção política... É o ato de ensinar o que tem de ser ensinado”.
Maria Inez Rodrigues - Pedagoga Pós graduação em Educação Especial.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
FORMÇÃO DOCENTE: RECUSAR O PEDAGÓGICO
Mario Sergio Cortella*
Todas as vezes que se começa a discutir a Educação no Brasil, seus
desatinos, transtornos e putrefações, um certo desalento invade variados
territórios mentais e, melancolicamente, pessoas suspiram: “É, a escola pública do
passado é que era boa; temos de resgatar aquela qualidade de ensino e a
dedicação dos professores ”.
Resgatar! Resgatar a cidadania, resgatar a democracia, resgatar a
qualidade da escola! Já ouviu ou leu isso?
Mera ilusão; o verbo supõe que algo já existiu e é preciso ir à busca e
trazer de volta o que um dia já esteve presente. Ora, cidadania não é mera
garantia de direitos formais, assim como democracia não se esgota em sufrágios
eventuais nem qualidade da escola dever ser confundida com privilégio.
Insista-se: em uma democracia cidadã, é indispensável sempre pensar em
qualidade social, o que, evidentemente, exige quantidade total; em uma sociedade
na qual se deseje vivência igualitária, qualidade sem quantidade não é qualidade,
é privilégio.
Ainda não tivemos cidadania, democracia e Qualidade socialmente
distribuídas e eqüitativamente apropriadas e, desse modo, a nossa tarefa é
construir e não resgatar. Se quisermos colocar a formação de professores como
um elemento essencial nesse projeto de construção de um futuro coletivamente
digno, temos de ir até algumas causas mais profundas e visitar um pouco a gênese
de determinados equívocos.
Calma lá! Não é assim tão simples escolher um único culpado...
Costumo começar várias reflexões com colegas docentes, especialmente aquelas
e aqueles que atuam na Educação Básica, lembrando de forma caricatural uma
das frases mais proclamadas por nós: “Os alunos de hoje não são mais os
mesmos”! Após algumas repetições mais teatrais da mesma exclamação, ressalto
que isso é algo óbvio por completo. Digo eu: “É claro que os alunos de hoje não
são mais os mesmos! Até aí, quem isso fala, demonstra apenas um pouco de
sanidade mental”. Na seqüência, completo: “Maluco é quem, isso constatando,
continua a dar aulas do mesmo modo que dava há 15 ou 20 anos”...
O desejado acontece, muitas são as risadas autocomplacentes e, em meio
a esse humor voluntário, vem uma certa clareza sobre o distanciamento entre a
nossa formação como docentes e o perfil e natureza dos discentes com os quais
partilhamos a atividade pedagógica.
É quase imediato, então, concluir: “Está vendo! Se os professores e as
professoras tivessem consciência disso, tudo seria diferente. Mas, não! Continuam,
porque são descompromissados, a fazer tudo como sempre fizeram; só podia
fracassar mesmo a Educação brasileira”.
Nessa hora, cautela com as conclusões fáceis e explicações superficiais!
Não dá para somente psicologizar ou psicanalisar a questão, procurando na
subjetividade do docente a fonte dos malefícios; isso também importa, mas, é
menos substantivo do que os fatos originados da análise sociológica, política,
econômica e, portanto, histórica. Do contrário, somos tentados a, rapidamente,
incriminar com exclusividade os professores pelas múltiplas fontes e dimensões do
fracasso escolar no Brasil, que prefiro – criando um neologismo meio torto –
chamar de pedagocídio.
Nesse ofício pedagocida, é bastante interessante o papel que vem sendo
exercido por alguns “achologistas” que, sem nunca terem atuado de fato na
educação escolar, e apenas porque escolas freqüentaram ou freqüentam,
passaram a oferecer cenários educacionais oníricos, desde que, claro, se consiga
“converter” os professores e resgatar “a pureza de um trabalho que perdeu a sua
alma nos últimos anos”. Nessa empreitada pouco epistêmica e bastante
doxológica, confundem autores com atores e protegem um privatismo meramente
mercantil.
Pior ainda, há vários intelectuais ligados à Educação que vem-se prestando
à tarefa de escrever livros cujo foco central é desmoralizar e tripudiar sobre a
escola (mormente a pública), sob o pretexto de fazer uma crítica salvacionista.
Outro dia, ao ser perguntado em entrevista (Direcional, maio/2006) se não
estaríamos vivendo o fim da escola, respondi:
“Ao contrário, até não gosto de alguns pensadores e educadores que hoje
banalizam e desprezam a escola. Falam continuamente contra a escola e fazem
aquilo que rejeito, que é a necropsia da escola. Eu não gosto de fazer necropsia da
escola, mas de fazer biopsia da escola. A biopsia seria pegar aquilo que vivo está,
examinar o que contém de problemas, para mantê-lo vivo. Já a necropsia serve
apenas para identificar a causa mortis. Isso de nada resolve. O desprezo pela
escola formal serve imensamente às elites. Como essas elites têm acesso a outras
formas de cultura letrada, a escola de uma certa maneira é muito secundária na
formação desses jovens”.
Na mesma conversa, ao ser indagado sobre as comparações entre a escola
pública e a escola particular, disse algo que há muitos anos defendo: “A questão
séria no nosso país não é a escola pública versus a escola particular, mas, é a
escola boa versus a escola ruim. Quem entrar no circuito escola pública versus
escola privada está entrando numa armadilha tonta. Escolas boas e ruins nós
temos em ambos os campos. (...) O que diferencia a escola pública da particular é
o tipo de aluno que a freqüenta. Inclusive porque uma parcela significativa dos
professores da rede pública dá aula também na rede privada. O aluno que
ingressa na escola pública é vitimado no cotidiano social por incapacidade
econômica, por dificuldade de acesso a outras fontes de informação, por uma
estrutura familiar depauperada. Elevar a condição desse aluno é elevar a condição
da escola também”.
O povo vai à escola: uma solução problemática?
Ué – pode-se replicar –, mas no passado a escola pública não era uma referência
de qualidade, superando qualquer dicotomia? E os alunos não eram igualmente
pobres, mesclados com os que tinham melhores condições financeiras? Onde
perdemos, então, essa qualidade?
Por incrível que pareça, nunca a perdemos, pois não existia como tal; o que
aconteceu foi algo aparentemente contraditório: a escola pública, nos últimos 40
anos, tornou-se Pública! Em outras palavras, a escola passou a ter, de forma
acelerada e contínua, grandes massas populacionais dentro dela e, nessa fase,
nós docentes não estávamos preparados e as elites predatórias não estavam
interessadas no problema.
Para nos ajudar a entender melhor a gênese da crise atual, retomo aqui, em
forma de decálogo, excertos literais rearranjados (para não ter de apenas escrever
de outro modo aquilo que atende à análise) de descrição por mim feita no livro A
Escola e o Conhecimento (Cortez):
1. A crise da Educação tem sido inerente à vida nacional porque não
atingimos ainda patamares mínimos de uma justiça social compatível
com a riqueza produzida pelo país e usufruída por uma minoria. Não é,
evidentemente, ”privilégio” da Educação; todos os setores sociais vivem
sucessivas e contínuas crises.
2. A crise educacional tem raízes estruturais históricas e se manifesta de
formas diversas em conjunturas específicas: confronto do ensino laico x
ensino confessional, conteúdos e metodologias, adequação a novas
ideologias, democratização do acesso, gestão democrática, educação
geral x formação especial, educação de jovens e adultos, escolaridade
reduzida, público x privado, baixa qualidade de ensino, movimentos
corporativos carecendo de greves constantes e prolongadas, despreparo
dos educadores, evasão e retenção escolar; esses e outros motivos de
crise ganham agudização episódica em oportunidades variadas por todo
este século em nosso país.
3. Os últimos 40 anos da história brasileira foram marcados por um
fenômeno de conseqüências profundas e múltiplas: um acelerado
processo de urbanização que acabou por transferir a maioria absoluta
de nossa população das áreas rurais para as cidades. Há 30 anos,
pouco mais de 30% dos brasileiros viviam nas cidades e,
consequentemente, a demanda por serviços públicos nos setores de
educação, saúde, habitação, infra-estrutura urbana etc. ficava bastante
restrita.
4. Os cidadãos não-proprietários que viviam nas áreas rurais, mormente
em um país predominantemente latifundiário, não tinham adequadas
condições de organização para alavancar reivindicações, seja por
estarem submetidos a um rígido controle político/econômico, seja pela
própria distribuição populacional mais isolada e menos concentrada;
ademais, do ponto de vista da produtividade do trabalho e da
lucratividade do capital, a escolarização dos trabalhadores, por exemplo,
não era (como ainda hoje pouco o é) um pré-requisito básico.
5. O modelo econômico implantado no país a partir de 1964 privilegiou a
organização de condições para a produção capitalista industrial e,
assim, o poder político central (atendendo aos interesses das elites)
direcionou os investimentos públicos para grandes obras de infraestrutura:
estradas, hidrelétricas, meios de comunicação etc.; o
financiamento para essa política e para a aquisição de equipamentos e
tecnologias foi obtido com empréstimos no exterior (pelo Estado ou por
particulares com o aval do Estado) e levou a um brutal endividamento do
país, retirando, cada dia mais, os recursos necessários para
investimentos nos setores sociais.
6. Ora, a aceleração da industrialização capitalista exige a concentração
dos meios de produção e, claro, dos trabalhadores, gerando uma
urbanização crescente e desorganizada; a ausência de uma reforma
agrária efetiva, as benesses de incentivos fiscais aos grandes
proprietários, a prioridade ao plantio de produtos agrícolas de colheita
mecânica para exportação, a hegemonia monocultural para fabricação
de álcool combustível (ocupando extensas áreas antes destinadas ao
cultivo de alimentos), tudo isso e muito mais contribuiu para a expulsão
da população rural em direção aos centros urbanos.
7. Ao mesmo tempo, e não por coincidência, os investimentos nos setores
sociais foram reduzidos drasticamente, não acompanhando
minimamente as novas necessidades urbanas decorrentes do modelo
econômico; disso, dois fatos emergiram: o colapso de serviços públicos
como educação e saúde (com seu inchaço despreparado) e a
progressiva ocupação deles pelo setor privado da economia.
8. Na Educação, alguns dos efeitos foram desastrosos: demanda explosiva
(sem um preparo suficiente da rede física), degradação do instrumental
didático/pedagógico nas unidades escolares (reduzindo a eficácia da
prática educativa), ingresso massivo de educadores sem formação
apropriada (com queda violenta da qualidade de ensino no momento em
que as camadas populares vão chegando de fato à escola), diminuição
acentuada das condições salariais dos educadores (multiplicando
jornadas de trabalho e prejudicando ainda mais a preparação),
imposição de projeto de profissionalização discente universal e
compulsória (desorganizando momentaneamente o já frágil sistema
educacional existente), domínio dos setores privatistas nas instâncias
normatizadoras (embaraçando a recuperação da Educação pública),
centralização excessiva dos recursos orçamentários (submetendo-os ao
controle político exclusivo e favorecendo a corrupção e o esperdício).
9. Fortalece-se a percepção de que, no momento em que as classes
trabalhadoras passam a freqüentar mais amiúde os bancos escolares,
os paradigmas pedagógicos em execução são insuficientes para dar
conta plenamente desse direito social e democrático. A qualidade tem
que ser tratada com a quantidade; não pode ser revigorado o antigo e
discricionário dilema da quantidade x qualidade e a democratização do
acesso e da permanência deve ser absorvida como um sinal de
qualidade social.
10. Essa qualidade social, por sua vez, carece de uma tradução em
qualidade de ensino e, assim, a formação do educador necessita
abranger o elemento técnico de especialização em uma área do saber
(e a capacitação contínua) e também a dimensão pedagógica da
capacidade de ensinar; a discussão sobre tal dimensão envolve ainda
temas mais amplos como a democratização da relação professor/aluno,
a democratização da relação dos educadores entre si e com as
instâncias dirigentes, a gestão democrática englobando as comunidades
e, por fim, como objetivo político/social mais equânime, a
democratização do saber.
E agora? O que fazer?
Não sabemos? Será que ainda temos de insistir mais? Não é tão complicado;
para começo de conversa, os docentes precisam de atualização científica (a
ser feita em parceria com universidades públicas e comunitárias), acesso a
tecnologias de ensino/aprendizagem (com equipamentos gratuitos nas
escolas e nas casas, pois elas são extensão usual do local de trabalho),
educação continuada (com reuniões semanais de grupos de formação por
área de conhecimento nas escolas e em agrupamentos de escolas), melhores
condições salariais (para permitir dedicação mais exclusiva e por mais tempo
a comunidades escolares), instalações prediais que comportem as
necessidades de escolarização/lazer/saúde/ das pessoas ali presentes.
Com que dinheiro tudo isso? Ora, não se afirma que a educação escolar
é fator decisivo para o desenvolvimento econômico? Se nosso país, com a
miserabilidade escolar que ainda (mas não para sempre) apresenta,
consegue ficar entre as 12 maiores economias do planeta, imagine se
resolvermos (em emenda constitucional) aplicar paulatinamente (1 ponto
percentual a mais por ano) até atingirmos 10% do PIB (em vez dos atuais 4%)
até 2012? Quem perderá?
Ninguém. Será o melhor investimento financeiro que as elites poderão
fazer, com retorno comprovado já em outras nações; será a melhor
recompensa para a maioria de uma população que, mesmo não escolarizada
a contento, já consegue patamares de sucesso econômico como nação a
ponto de superar outros 180 países filiados à ONU.
Por que não? Ou, deveremos sempre oferecer razão a Darcy Ribeiro,
quando, em julho de 1977, na cerimônia de abertura da Reunião Anual da
SBPC, realizada naquele ano na PUC-SP, afirmou enfaticamente que “a crise
da Educação no Brasil não é uma crise; é um projeto”.
* Professor-titular do Departamento de Teologia e Ciências da Religião e da Pós-Graduação
em Educação (Currículo) da PUC-SP.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
NAVEGUE
Fernando Pessoa
Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá. Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra. Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos. Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu. Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde. Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu. As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces. O sorriso! Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o! Quem você ama? Guarde dentro de um porta jóias, tranque, perca a chave! Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa. Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milênio é outro, se a idade aumenta; conserve a vontade de viver, não se chega à parte alguma sem ela. Abra todas as janelas que encontrar e as portas também. Persiga um sonho, mas não deixe ele viver sozinho. Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho. Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas.
Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for. Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso. Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam. Olhe para o lado, alguém precisa de você. Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca. Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os. Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também. Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura. Arrependa-se, volte atrás, peça perdão! Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se achá-lo, segure-o! Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada".
Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá. Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra. Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos. Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu. Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde. Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu. As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces. O sorriso! Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o! Quem você ama? Guarde dentro de um porta jóias, tranque, perca a chave! Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa. Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milênio é outro, se a idade aumenta; conserve a vontade de viver, não se chega à parte alguma sem ela. Abra todas as janelas que encontrar e as portas também. Persiga um sonho, mas não deixe ele viver sozinho. Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho. Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas.
Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for. Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso. Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam. Olhe para o lado, alguém precisa de você. Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca. Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os. Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também. Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura. Arrependa-se, volte atrás, peça perdão! Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se achá-lo, segure-o! Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada".
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
PROFESSORES BRASILEIROS
Texto retirado da revista Educação
De bem com o trabalho, porém...Pesquisa revela que 56,9% dos professores brasileiros estão satisfeitos com as condições de trabalho; apenas 13% acreditam que seus conhecimentos são objeto de valorização dos alunos
Professores otimistas, satisfeitos com o seu trabalho e apaixonados pelo ensino. Aparentemente distante da realidade brasileira, essa descrição é exatamente o que se depreende da leitura de uma pesquisa realizada com mais de três mil professores brasileiros pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) e pela Fundação SM, braço social do Grupo SM. Coordenada pela coordenadora-executiva do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac), Maria Tereza Perez, a pesquisa As Emoções e os Valores dos Professores Brasileiros traz números expressivos: 56,9% estão satisfeitos com suas condições de trabalho; 53% são professores porque gostam de ensinar; 73,1% afirmam ser positivos em relação ao seu trabalho e 65,9% dos entrevistados não deixariam seu trabalho atual. "Mostramos que, ao contrário da percepção do senso comum, os professores têm compromisso e encaram o desafio de ensinar", afirma Maria Tereza.
Com o objetivo de mapear as emoções do professor e identificar quais são seus valores, o estudo aferiu a realidade de sete Estados (Ceará, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo) - sem a preocupação, por exemplo, de estabelecer critérios como "escola em região central" ou "em periferia". Para isso, enviou questionários fechados aos participantes (ou seja, ao responder à pergunta "está satisfeito com suas condições de trabalho", as condições de trabalho não foram especificadas). Num universo de 3.584 professores que responderam às perguntas, 45,7% são da rede particular e 54,3% da rede pública.
A pesquisa também revelou que o nível de satisfação do professorado brasileiro aumenta em função do número de anos dedicados ao magistério. Assim, enquanto 59,9% dos docentes com menos de três anos de experiência estão satisfeitos, a porcentagem aumenta para 69% no caso dos professores com mais de 30 anos de profissão. Maria Sena do Nascimento, 64 anos, 27 deles dedicados ao magistério, é uma das professoras otimistas. Hoje afastada por problemas de saúde, ela cuida de outras tarefas nas duas escolas públicas em que trabalha. "Não sei o que precisaria acontecer para eu dizer que não quero mais ser professora. Sinto falta da sala de aula todos os dias", conta. Para a coordenadora do Cedac, a explicação para o número está na recente investida do governo federal em educação. "Os professores mais velhos estão animados com a injeção de investimentos na qualidade da educação, que aconteceu a partir da década de 90. Os professores mais novos sentem que os investimentos precisam avançar mais", aponta.
Inversão
No que diz respeito à relação do professor com seus alunos, a pesquisa levantou um dado revelador: apenas 13% dos docentes acreditam que os alunos valorizam seu conhecimento. "Como, se a escola é, prioritariamente, o lugar do conhecimento? Que professor é esse?", indaga a coordenadora. Mais importante que o conhecimento é a valorização do professor pelo aluno, opção do questionário que obteve 29,1% das respostas na pesquisa. A falta de respeito é considerada por 53,5% dos entrevistados o maior motivo de insatisfação em relação aos alunos. Mas Maria Tereza pondera que, antes de exigir respeito dos alunos, a escola e os professores devem instituir uma cultura de respeito na instituição. "Como estamos respeitando esses alunos?", pergunta.
Os números dos professores Outros destaques do levantamento feito pela OEI e pela Fundação SM:
79,5 % dos professores consideram que a sociedade não valoriza os professores
51% também não se sentem valorizados pelos pais de alunos
74,5% consideram que a educação piorou bastante ou muito nos últimos anos
64,6% afirmam que seu principal defeito como professor é compreender os alunos mais difíceis
69,5% dizem participar de cursos de formação de professores freqüentemente
Na escola pública, outra percepção
Em contrapartida à pesquisa realizada pela Fundação SM e pela OEI, um outro levantamento, divulgado em meados de novembro pela Fundação Victor Civita e pelo Ibope, indica que apenas 21% dos professores estão satisfeitos. A pesquisa ouviu 500 docentes em todos os Estados brasileiros. Mas, diferentemente do outro estudo, este ficou circunscrito aos professores da rede pública. Um dos principais motivos de descontentamento é a instabilidade financeira. Enquanto apenas 32% dos professores afirmam ter conquistado estabilidade nesse quesito, 90% do total considera-a condição fundamental para uma boa qualidade de vida.
A pesquisa foi além: levantou que 90% dos professores afirmam ter boa didática de ensino, mas 70% dizem que a falta de motivação dos alunos é o principal problema em sala de aula. Para o professor Celso Favaretto, da Faculdade de Educação da USP, a falta de motivação está também na dupla jornada de muitos docentes, nas condições de trabalho precárias e com as salas de aula lotadas. "Essa insatisfação do professor com o trabalho está relacionada a uma má gestão de todo o sistema escolar", critica Favaretto.
Professores otimistas, satisfeitos com o seu trabalho e apaixonados pelo ensino. Aparentemente distante da realidade brasileira, essa descrição é exatamente o que se depreende da leitura de uma pesquisa realizada com mais de três mil professores brasileiros pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) e pela Fundação SM, braço social do Grupo SM. Coordenada pela coordenadora-executiva do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac), Maria Tereza Perez, a pesquisa As Emoções e os Valores dos Professores Brasileiros traz números expressivos: 56,9% estão satisfeitos com suas condições de trabalho; 53% são professores porque gostam de ensinar; 73,1% afirmam ser positivos em relação ao seu trabalho e 65,9% dos entrevistados não deixariam seu trabalho atual. "Mostramos que, ao contrário da percepção do senso comum, os professores têm compromisso e encaram o desafio de ensinar", afirma Maria Tereza.
Com o objetivo de mapear as emoções do professor e identificar quais são seus valores, o estudo aferiu a realidade de sete Estados (Ceará, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo) - sem a preocupação, por exemplo, de estabelecer critérios como "escola em região central" ou "em periferia". Para isso, enviou questionários fechados aos participantes (ou seja, ao responder à pergunta "está satisfeito com suas condições de trabalho", as condições de trabalho não foram especificadas). Num universo de 3.584 professores que responderam às perguntas, 45,7% são da rede particular e 54,3% da rede pública.
A pesquisa também revelou que o nível de satisfação do professorado brasileiro aumenta em função do número de anos dedicados ao magistério. Assim, enquanto 59,9% dos docentes com menos de três anos de experiência estão satisfeitos, a porcentagem aumenta para 69% no caso dos professores com mais de 30 anos de profissão. Maria Sena do Nascimento, 64 anos, 27 deles dedicados ao magistério, é uma das professoras otimistas. Hoje afastada por problemas de saúde, ela cuida de outras tarefas nas duas escolas públicas em que trabalha. "Não sei o que precisaria acontecer para eu dizer que não quero mais ser professora. Sinto falta da sala de aula todos os dias", conta. Para a coordenadora do Cedac, a explicação para o número está na recente investida do governo federal em educação. "Os professores mais velhos estão animados com a injeção de investimentos na qualidade da educação, que aconteceu a partir da década de 90. Os professores mais novos sentem que os investimentos precisam avançar mais", aponta.
Inversão
No que diz respeito à relação do professor com seus alunos, a pesquisa levantou um dado revelador: apenas 13% dos docentes acreditam que os alunos valorizam seu conhecimento. "Como, se a escola é, prioritariamente, o lugar do conhecimento? Que professor é esse?", indaga a coordenadora. Mais importante que o conhecimento é a valorização do professor pelo aluno, opção do questionário que obteve 29,1% das respostas na pesquisa. A falta de respeito é considerada por 53,5% dos entrevistados o maior motivo de insatisfação em relação aos alunos. Mas Maria Tereza pondera que, antes de exigir respeito dos alunos, a escola e os professores devem instituir uma cultura de respeito na instituição. "Como estamos respeitando esses alunos?", pergunta.
Os números dos professores Outros destaques do levantamento feito pela OEI e pela Fundação SM:
79,5 % dos professores consideram que a sociedade não valoriza os professores
51% também não se sentem valorizados pelos pais de alunos
74,5% consideram que a educação piorou bastante ou muito nos últimos anos
64,6% afirmam que seu principal defeito como professor é compreender os alunos mais difíceis
69,5% dizem participar de cursos de formação de professores freqüentemente
Na escola pública, outra percepção
Em contrapartida à pesquisa realizada pela Fundação SM e pela OEI, um outro levantamento, divulgado em meados de novembro pela Fundação Victor Civita e pelo Ibope, indica que apenas 21% dos professores estão satisfeitos. A pesquisa ouviu 500 docentes em todos os Estados brasileiros. Mas, diferentemente do outro estudo, este ficou circunscrito aos professores da rede pública. Um dos principais motivos de descontentamento é a instabilidade financeira. Enquanto apenas 32% dos professores afirmam ter conquistado estabilidade nesse quesito, 90% do total considera-a condição fundamental para uma boa qualidade de vida.
A pesquisa foi além: levantou que 90% dos professores afirmam ter boa didática de ensino, mas 70% dizem que a falta de motivação dos alunos é o principal problema em sala de aula. Para o professor Celso Favaretto, da Faculdade de Educação da USP, a falta de motivação está também na dupla jornada de muitos docentes, nas condições de trabalho precárias e com as salas de aula lotadas. "Essa insatisfação do professor com o trabalho está relacionada a uma má gestão de todo o sistema escolar", critica Favaretto.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
PARA QUE ALFABETIZAR?
Trecho do livro "Paulo Freire para educadores" de Vera Barreto
Certa vez uma alfabetizadora fez a Paulo Freire a pergunta
com que começamos este capítulo. Paulo, de uma forma simples
e objetiva, respondeu com uma carta, de onde retiramos o trecho
abaixo
É bom começar chamando a atenção para o poder que têm as
perguntas de provocar a gente. Veja bem, agora mesmo, ao
me preparar para iniciar a minha resposta à pergunta, me vejo
obrigado a pensar, a ficar olhando o papel em que repeti sua
pergunta: “Para que alfabetizar?”
Ao ficar assim aparentemente parado, pensando, percebo que,
para responder à sua pergunta, devo entender a relação que
ela tem com outras perguntas que, embora não tenham sido
pronunciadas, se acham presentes. Assim, o para que
alfabetizar? Tem que ver com o que é alfabetizar? Como
alfabetizar? Quando? Por que? etc.
Para que? É a pergunta que a gente faz quando a curiosidade
da gente se assanha para saber a finalidade da ação ou da
coisa de que a gente está falando.
A gente pergunta o que é? Quando quer saber ou compreender
o que é que faz que pedra seja pedra e não pau; que flor seja
flor e não passarinho.
Como? É a pergunta que a gente faz pra saber os caminhos
que a gente percorre, os métodos que a gente usa pra obter o
que se pretende.
Por que? é a indagação pela qual a gente procura a razão de
ser, a causa das coisas, e quando? Tem que ver com o tempo
delas.
É interessante observar como há uma certa solidariedade entre
as diferentes perguntas, não importa qual seja aquela pela
qual começamos a indagar da coisa ou da ação.
Agora, quando você me pergunta para que alfabetizar?, me
sinto levado a dizer algo sobre o que é alfabetizar. Para fazer
isso vou tentar um caminho simples e muito concreto. Veja
bem, neste momento, tenho algo na minha mão. Pego a coisa
que tenho nos dedos, apalpo-a, sinto-a. Ganho a sensibilidade
da coisa, percebo-a, falo o nome da coisa e escrevo o nome
da coisa. Assim sinto a caneta nos dedos, percebo a caneta,
pronuncio o nome caneta e depois escrevo ca – ne – ta.
O mesmo, quase, se dá quando falamos palavras abstratas, só
que não pegamos a significação delas. Eu não pego a saudade
do Recife com as mãos. Eu sinto a saudade inteira no meu
corpo. Eu falo e escrevo saudade.
Veja, a pessoa chamada analfabeta, que não sabe ler nem
escrever, sente como nós, a coisa, pegando-a ou não, percebe
e fala, só não escreve, portanto não lê também. Alfabetizar,
num sentido bem direto, é possibilitar que as pessoas a quem
falta o domínio desta operação criem este domínio. Por mais
importante — e é muito importante — o papel da educadora
ou do educador na montagem deste domínio, o educador não
pode fazer isto em lugar do alfabetizando. A alfabetização é
um ato de criação de que fazem parte o alfabetizando e o
educador. O educador é fundamental. Ele tem mesmo que
ensinar desde porém que jamais anule o esforço criador do
alfabetizando.
É interessante observar como não podemos falar de
analfabetismo em culturas que desconhecem o alfabeto, as
letras. Numa cultura iletrada não há analfabetos. O “analfabeto
— e isto me foi dito há mais de vinte anos por um culto
alfabetizando, num Círculo de Cultura – é a pessoa que,
vivendo numa cultura que conhece as letras, não sabe ler nem
escrever.”
Para que alfabetizar? Numa primeira aproximação ao
problema e seguindo aquele alfabetizando nordestino a quem
me referi acima, poderia dizer a você: para que as pessoas
que vivem numa cultura que conhece as letras não continuem
roubadas de um direito — o de somar à “leitura” que já fazem
do mundo a leitura da palavra, que ainda não fazem.
Nesta carta, Paulo faz referência a importantes pontos da
forma como compreende a alfabetização:
! O ato de aprender a ler e a escrever começa a partir de uma
compreensão abrangente do ato de ler o mundo, coisa que
os seres humanos fazem antes de ler a palavra.
! Teria sido impossível escrever se antes não tivesse havido a
fala. Não é possível ler sem falar, do ponto de vista de uma
compreensão filosófica, global do ato de ler.
!A leitura da palavra foi precedida de um passado sem palavra
oral e um passado depois da oralidade.
! A leitura da palavra escrita implica a fala, implica a oralidade.
A capacidade de falar, por sua vez, demandou antes o
transformar a realidade. É isso que eu chamo de ‘escrever o
mundo’.
!Ninguém é analfabeto porque quer, mas como conseqüência
das condições de onde vive. Há casos, onde “o analfabeto é
o homem ou mulher que não necessita ler e escrever”, em
outros é a mulher ou o homem a quem foi negado o direito de
ler e escrever.
!Enquanto ato de conhecimento e ato criador, o processo da
alfabetização tem, no alfabetizando, o seu sujeito.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
HINO À CARIDADE
(I Cor 13)
Ainda que eu fale a língua dos homens
Ainda que eu fale a língua dos anjos,
Serei como bronze que soa em vão
Se eu não tenho amor, amor aos irmãos.
O amor é paciente e tudo crê.
É compassivo, não tem rancor.
Não se alegra com a injustiça e com o mal
Tudo suporta, é dom total.
Ainda que eu tenha vigor de profeta
E o dom da ciência, firmeza na fé.
Ainda que eu possa transpor as montanhas,
Se eu não tenho amor, de nada adianta.
Ainda que eu doe meus bens para os pobres,
que eu deixe meu corpo em chamas arder.
Será como um sonho, será tudo em vão.
Se eu não tenho amor, amor aos irmãos.
Interpretação musical: Maria Inez
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
SÓ DEPENDE DE NÓS...
"Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem apoluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando odesperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus por ter um teto para morar.possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.
O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim."
(Charles Chaplin)
O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim."
(Charles Chaplin)
AMIZADE...
"Qualquer hora dessas, o sol vai deixar de brilhar... Mas isso não importa, a lua brilhará dia e noite... Qualquer dia desses, as estrelas vão cair... Mas ninguém precisa ter medo, o oceano as receberá em suas águas... Algumas coisas costumam acontecer na hora errada, outras coisas acontecem na hora exata. A sublimidade do ser humano, é capaz de tornar as coisas perfeitas... A paz interior de cada um e o desejo de busca, influenciam o encontro... Mesmo que o encontro seja virtual, ou imaginário. (Seria a mesma coisa?) Sei que pode se tornar real, por causa da sublimidade e da paz interior, e da busca de felicidade que cada ser tem dentro de si. Busco sem medo... Encontro com medo... Sinto, com desejo... Às vezes correr o risco de não encontrar, é melhor do que nem tentar procurar. Busquei e te encontrei! Ou foi você que me encontrou??? Bom, o que importa é que o destino é amigo dos homens, e os homens são amigos entre si... Mesmo que o destino se torne nosso inimigo, nós jamais poderemos fazer o mesmo, devemos continuar nos amando... Os amigos se amam. Os verdadeiros... As estrelas nem vão mais cair, nem o céu deixará de ter o brilho do sol, nem as coisas erradas irão acontecer. Por que o amor e a amizade são maiores, e dominam o coração e o espaço. A busca foi verdadeira e o verdadeiro sentido dessa busca..."
Desconheço o autor.
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