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Planeta Sustentável

domingo, 19 de setembro de 2010

função da Escola Pública




A função da escola pública é  a de possibilitar acesso a emancipação humana e transformação social através da transmissão de saberes historicamente sistematizados pela humanidade. Nesse contexto, o coletivo escolar tem a responsabilidade de garantir que o conhecimento científico e filosófico seja oferecido com qualidade a fim de que possam ser transformados em fazeres e saberes para a emancipação intelectual do aluno e que estimulem o domínio de conteúdos que ganharão significação, tanto para educador como para educando. A importância desse ato permitirá que a formação do aluno cidadão se concretize possibilitando a ele, melhorar sua qualidade de vida através dos conhecimentos que adquiriu. Portanto, quando Lara diz que “é preciso descer do céu da contemplação para a terra do céu e da luta”, significa que, transferindo essa fala para o coletivo escolar, os mesmos devem desenvolver um processo educativo que seja desafiador e ao mesmo tempo prazeroso, e que de forma dinâmica e ativa, se transforme verdadeiramente em um ensino e aprendizagem funcional, capaz de dar condições para que o aluno argumente, questione, investigue sendo sujeito ativo, exercendo seu papel de pensante para mudar sua situação na sociedade, que é seletiva e excludente. Paulo Freire, ensina que “o ser cidadão, é o ser político, capaz de questionar, criticar, reivindicar, participar, ser militante e engajado, contribuindo para a transformação de uma ordem social injusta e excludente.” Por isso, a organização do trabalho pedagógico na escola por todo o coletivo escolar ,principalmente na elaboração do Projeto Político Pedagógico, é de fundamental importância para que, a partir do PPP, o planejamento das ações pedagógicas sejam de prioridade no ato de ensinar saberes elaborados (ciência) a fim de que a escola cumpra a sua real função e o trabalho do professor seja considerado na sua totalidade.

[...] ser professor significa exercer o domínio de seu específico campo e processo de trabalho, passo a passo e a qualquer momento, o que requer trabalhar com o rigor científico dos conhecimentos que faz seus e com os meios materiais e instrumentais de que se apropria na capacidade de elaborá-los ou de reconstruí-los segundo as exigências de sua proposta pedagógica. [...] O autêntico professor acredita no homem que está no aluno, a quem busca conferir o imenso privilégio de acreditar em si, desde a segurança afetiva até as capacidades adquiridas. (MARQUES, 1995, p. 155).

A Escola é provedora da cultura humana e é através do diálogo reflexão-teoria-prática-reflexão que o conhecimento é adquirido com a finalidade de emancipação e de transformação política e social. Desta forma o coletivo escolar deve ter claro que escola temos e pra quem ela se dirige: para a classe trabalhadora ou para as necessidades do mercado? O que historicamente se constitui como função clássica do ato educativo é a transmissão e assimilação do saber sistematizado de forma a desenvolver as habilidades, capacidades e sensibilidades de forma irreversível. Realizando essas funções o coletivo escolar estará cumprindo sua ação pedagógica de forma sistemática e organizada, com o objetivo de transformar a realidade.
Para concluir registro uma das idéias de Saviani,"a escola necessita de uma organização tal que a criança, cada educando, em especial aquele das camadas trabalhadoras, não veja frustrado a sua aspiração de assimilar os conhecimentos metódicos, incorporando-os como instrumento irreversível a partir do qual será possível conferir uma nova qualidade às suas lutas, no seio da sociedade".(SAVIANI,1985)


Referência:

LARA,Tiago A. A Razão Historicizada Capítulo IV- 1999 - recorte/SEED.

MARQUES, Mário Osório. Escola, aprendizagem e docência: imaginário Social e Intencionalidade Política. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org). Projeto Político-Pedagógico da Escola: Uma Construção Possível. Campinas, SP: Papirus, 199

SAVIANI, Demerval. Sentido da pedagogia e o papel do pedagogo. In: Revista ANDE,São Paulo, nº 9, 1985.

Maria Inez Rodrigues

5 comentários:

  1. No Brasil, ao invés da escola se preocupar com a educação formal das crianças (com a sonhada qualidade), ainda precisa se ocupar com atividades meio, que sob o pretexto de serem "culturais" ou de valorizar o “saber local”, repassam e supervalorizam o senso comum, em vez de enfatizar a transmissão do conhecimento científico e sistematizado (e sua importância social e para o mundo do trabalho, já que a até a LDB menciona esse aspecto), transformando a escola em um local de lazer, de passa-tempo para os alunos enquanto os pais trabalham.

    E pior que isso, os órgãos responsáveis pela educação ainda impõem outras funções à escola: atender e ser o local de concentração social (e política) dos pais, sob o pretenso argumento de integrar escola-comunidade. Atribui-se a estas atividades meio a missão de proporcionar “educação” para todos, desenvolvimento humano, atender a função social da escola, etc. enfim, melhorar o contexto para que a escola cumpra sua função fim: a qualidade da educação.

    Mas será que isso é de responsabilidade da escola ? Será que a escola (com seus recursos escassos, com as dadas condições de trabalho, inclusive docente e de suporte) tem condições de ser a redentora ? Será que não se trata de uma ideologia, alienante e conformista, que retira a responsabilidade quem é de direito e desloca para uma instituição que já enfrenta as suas próprias mazelas ?

    Ora, é papel da escola, que já depende de apoio adicional da sociedade (leia-se promoções, bingos, contribuições da APMF, além dos impostos que já onera grandemente toda sociedade e que deveriam ser suficientes) para ter o mínimo de estrutura e recursos para realizar sua atividade de ensinar, ainda se ocupar de atividades paralelas ?

    Não seria prudente, para não se perder o foco daquilo que é educação formal, definir o real papel da escola (embora sujeito a influencias ideológicas, políticas, etc.) e as demais atribuições serem respaldas ou assistidas por outros órgãos ou setores cuja finalidade justifica sua existência ?

    Será que o setor público não tem condições de agir efetivamente em outros âmbitos e não somente dentro dos muros escolares ?

    É possível encontrar pessoas reunidas (já que parece ser essa característica das escolas que atraem discursos, muitas vezes demagógicos) também nas associações comunitárias, nos clubes, nas igrejas ou em outros lugares, nos quais o setor público, com o devido planejamento e organização, poderia fazer um trabalho socialmente relevante, talvez até coordenado com as escolas e colégios, mas não meramente delegado, em outras palavras, transferindo apenas as responsabilidades.

    Enfim, enquanto as escolas não tiverem todas as condições para realizar com qualidade sua finalidade, atividades meio contraditoriamente, são obstáculos para o sucesso. Mas, o discurso da função social é atraente, é politicamente correto e interessante...muito mais que o pragmatismo que a escola precisa para ser excelente.

    www.vozesdoverbo.blogspot.com

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    1. Olá Haroldo,seu comentário só veio engrandecer minha página. Obrigado por participar.

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    2. Gostei do comentário também. Parabéns, mas os professores tem que fazer o milagre deles... Pq se formos esperar dos políticos... Eu amo a profissão...sou pedagoga, meu país é o Brasil com todas as desigualdades sociais, com todas as injustiças...sociais...mas eu sou brasileira e não desisto nunca ...se eu puder instruir meu aluno da escola pública pra ser um burguês com certeza vou fazer isso , acredito no meu potencial transformador. Quem faz o Brasil são os brasileiros, se cada um de nós lutar pela nossa sala de aula , eu invisto nos meus alunos, se puder até alimento eles, eu tiro dinheiro do meu bolso pra ajudar , com certeza....

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  2. Eu peço pros políticos também, claro que sim luto pela minha sala de aula , sem agredir ninguém, conversando com eles, sem revolta , sem xingamento...se cada professor fizesse isso , já mudaria a realidade de muitas crianças...

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