Autor: Maria Inez Rodrigues
A relação entre coletividade e individualidade está na definição de que o trabalho coletivo é um conjunto de ações que, individualmente ganha sentido racional. Ao agir sobre a natureza o homem tem que se organizar, planejando suas ações.
De acordo com suas necessidades individuais ele vai organizando as ações que se caracterizam no que podemos chamar de desenvolvimento do raciocínio, memória, criatividade, etc. Portanto, ao se apropriar das “criações elaboradas ao longo da humanidade” o homem se humaniza e desenvolve o senso de coletividade.
No trabalho pedagógico isso é determinado a partir do significado da ação, presente nos conteúdos escolares, e que ocorre através de uma ação coletiva dirigida por metas. Ou seja, é a apropriação da cultura intelectual, produzida pela atividade humana, por meio do ensino e aprendizagem.
Independentemente de suas estruturas cognitivas o aluno está em contato com as produções da humanidade e o professor ao fazer a mediação na construção do conhecimento, dá a oportunidade para que ele possa lidar com signos, procedimentos e valores ligados aos elementos da cultura. Com isso, ao optarmos por uma escola que defende “o que o aluno precisa aprender” estamos defendendo que é preciso compreender, também, os elementos que organizam o processo de ensino e que estão ligados as etapas do desenvolvimento da criança, além de saber atuar na zona de desenvolvimento proximal do aluno, para que este se aproprie corretamente dos conhecimentos, sendo o professor responsável pela transmissão da cultura e o mediador social dessa apropriação.
Portanto, a diferença entre vontade individual e necessidade coletiva caracteriza-se pela forma de compreender o mundo e intervir nele, compreendido aqui na definição feita por Vigotsky(1998, p. 40) de que “ essa estrutura humana complexa é o produto de um processo de desenvolvimento profundamente enraizado nas ligações entre história individual e história social”.
Referência
SILVA, Graziela Lucchesi Rosa da, EIDT, Nadia Mara. Oposições teórico-metodológicas entre a Psicologia Histórico-Cultural e o Construtivismo Piagetiano: implicações à educação escolar. Secretaria de Estado de Educação do Paraná –
Coordenação de Gestão Escolar/SEED. Curitiba,
VIGOTSKI, Levi Semenovich. A formação social da mente: o desenvolvimento dos
processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Confesso que quando li o título: "Individualidade X Coletividade", reportei-me imediatamente ao ambiente escolar. Neste há muito mais de "massificação" do que de coletividade, no sentido de algo que tenha de fato um valor social e compartilhado por todos, ou ao menos pela maioria.
ResponderExcluirMuito mais massifica-se, enquadra-se, do que procura-se atender as "individualidades", as potencialidades de cada aluno. A criatividade, a originalidade e um razoável grau de autonomia tem ficado em segundo plano, infelizmente.
A coletividade não tem que ser necessariamente a construção de consensos. Por vezes é importante que saibamos conviver com a pluralidade de opiniões e as diversas individualidades.
A escola ainda tem que avançar bastante neste sentido.
Sem me alongar muito, creio que seja por aí.
Um forte abraço - José Roberto. "jrcalcada@terra.com.br"
Agradeço, com um certo atraso, seu comentário.
ResponderExcluirAbraço.