A educação como processo de humanização
busca transformar o homem a partir da apropriação de conhecimentos científicos
e que foram produzidos intencionalmente pelo conjunto dos homens. Praticamente,
é possibilitar que o indivíduo passe de um estado vegetativo de inércia, para
um estado de evolução consciente, capaz de transformar uma prática alienante de
enxergar as diversas situações sociais, para uma prática revolucionária de
mudanças por meio de conhecimentos adquiridos.
Esses conhecimentos não são espontâneos,
mas sim organizados sistematicamente por meio de um currículo e reproduzidos
pela escola a partir de práticas de ensino. Essas práticas devem ser revestidas
de uma intencionalidade, organizadas por planejamentos e propostas de ação, com
a finalidade de proporcionar ao educando uma educação integral.
Constitui-se, a partir desse entendimento,
o fazer pedagógico como principal instrumento para a emancipação do educando,
com base nos objetivos de ensino propostos e que o conduzirá a humanização por
meio do trabalho. É por isso que ao se definir a intencionalidade da escola, há
que se definir também sua prática interdisciplinar.
A interdisciplinaridade é uma exigência
para a prática humanizadora da educação na contemporaneidade. Pois, é no
trabalho interdisciplinar que se forma o cidadão integral. O exercício do saber
é formado pelas relações interligadas dos diversos conhecimentos que estão
postos nas disciplinas e que foram construídos pelo conjunto dos homens.
Necessariamente, deve-se recorrer à pesquisa para a construção e organização
desses conhecimentos. Por isso, do professor exige-se preparo e formação pedagógico-didática
que seja capaz de desenvolver no educando uma educação de qualidade. Pois, é a
partir da aquisição desses saberes, adquirido na escola de forma organizada e
planejada, que o indivíduo se humaniza e torna-se cidadão consciente de seus
direitos.
Não há outro caminho para a humanização do
ser humano que não seja pela educação. Isso significa que é a partir da
apropriação da cultura e do trabalho que o homem se humaniza.
Em "O Homem e a Cultura",
Leontiev (1978) definiu o homem como um "ser social" e
tudo o que tem de humano nele provém da vida em sociedade.
Portanto, é a partir da apropriação da cultura e da formação
educacional que o homem se transforma e transforma a natureza. É por meio do
trabalho que o homem se distingue dos outros animais, pois, a partir do
aprendizado, ele produz para suprir as necessidades de sua própria existência.
Nesse sentido, é por meio da educação que
o homem se humaniza e a escola se coloca como promotora na conquista da
emancipação humana, realizando com qualidade, o processo de ensino para a
apropriação dos conhecimentos científicos e filosóficos que sejam capazes de
educar integralmente o ser humano. Ou seja, educar para a cidadania a partir da
“assimilação ativa dos conteúdos” (VIGOTSKY,apud LIBÂNEO, 2008, p.3).
Desta forma, os novos desafios da educação
brasileira exigirão dos docentes uma formação interdisciplinar que seja capaz
de dar conta das necessidades educacionais dos alunos. Essa formação produzirá
no professor uma atitude de incessante pesquisa, de modo que possa construir
práticas significativas de aprendizagem nos alunos.
A partir desse entendimento é que a
escola, como um todo, estará cumprindo o seu papel social na construção e
transmissão da cultura produzida pelo conjunto dos homens, formando e
humanizando aqueles que buscam uma educação de qualidade.
Quais as referências do texto?
ResponderExcluir- Isso não é humanizar... É transformar o humano num objeto de produção econômica.
ResponderExcluir(Sâmara S. C.)
Muito bom!!! Irei compartilhar.
ResponderExcluirA partir de práticas interdisciplinares, pesquisas, interação nas relações, sem o preciosismo das paixões e de acentuadas posições, abre-se a possibilidade para novos caminhos que ofertam conhecimentos, que contribuem para a construção da cidadania e da educação de forma integral.
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