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Planeta Sustentável

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

BALANÇO

O fim do ano chegou e é chegada a hora de fazer um balanço de tudo o que conquistei e perdi ao longo deste ano. Não é fácil, mas a soma de tudo, me faz pensar que mais ganhei do que perdi. Ganhei em experiência e aprendizagem, em amor e esperança, em trabalho e amizades. Pode parecer pouco, contudo, subtraindo-se as tristezas e algumas decepções, foi um lucro e tanto. A experiência adquirida fortaleceu meu desejo de conquista e fez com que eu planejasse melhor minhas ações, o que ajudou no meu equilíbrio. Afinal, ganhar experiência sem cometer erros não tem sentido, pois, para ganhar é preciso perder algumas vezes. Isso faz com que a gente vá aprendendo cada vez mais com os próprios erros e evoluindo como pessoa. É isso que diferencia o ser humano de outros animais, a sua evolução. Ou seja, a aprendizagem e a experiência de vida. Aprender é muito gratificante, por isso, devemos aprender todos os dias com humildade pra nos tornarmos pessoas humanizadas. O amor me fez enxergar o quanto ser egoísta não vale a pena. Porque quando a gente ama só se quer o bem da outra pessoa. E o amor de família então, nem se fala. Esse amor é incondicional e suporta todas as dores e formas de provações. Esse amor é o amor da partilha que vem de Deus e que contamina quando vivido em união. Esse Amor é pra toda vida. Esse Amor não é egoísta. A esperança foi o norte para todos os meus desejos. Mas, essa esperança não é aquela de “ficar esperando” e sim a de desejar a sorte para que ela aconteça e transforme o ambiente, transforme a vida, transforme as pessoas. Esperar sem ficar parado. Esperar, mas produzir, buscar, conquistar, reformular, modificar, simplificar. Seja qual for a esperança vale a pena esperar. O trabalho me proporcionou extraordinária experiência de implementação e produção de uma prática há muito tempo desejada, o que originou uma conquista satisfatória de resultados para além das expectativas. Os frutos desse trabalho serão colhidos há curto prazo. A satisfação por um trabalho bem feito, isso não tem preço. As amizades selam o compromisso de partilha. Cada amizade conquistada revela a condição do afeto e da solidariedade, do sorriso e da fraternidade, do segredo e da verdade que fortalecem os laços de compatibilidade e afetividade entre as pessoas. As perdas no balanço geral, foram superadas pelas conquistas, porque no fim das contas, nada perdi. Maria Inez Rodrigues

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

DESPEDIDA DA E. E. MACHADO DE ASSIS DE ITAÚNA DO SUL

Queridos e amados colegas de trabalho. Permita-me chama-los de queridos e amados, sim, porque ao longo desses oito anos de convivência aprendi querer-lhes bem e amá-los com suas personalidades e características únicas. Sendo assim, deixá-los foi uma decisão muito difícil de ser tomada e uma decisão muito solitária. Por isso, para esse momento, ensaiei várias frases, porém, nenhuma delas poderia expressar verdadeiramente o que sinto nesta hora de despedida. Foi por isso que decidi escrever essa carta, para expressar meu carinho e gratidão nesta hora tão difícil de separação. Não digo adeus, porque adeus é uma palavra muito triste, mas um até breve, porque tenho certeza que iremos nos encontrar muitas e muitas vezes ainda, nos cursos de formação que iremos participar. Levo na lembrança, grande e ótimos momentos que vivemos juntos. E de todos os desafios que enfrentamos as marcas do sucesso que conquistamos em conjunto, é que permanecerão para sempre na minha memória, porque todos tiveram muita importância nessas vitórias. Contudo, o mais importante a dizer, é que aprendi muitas lições durante essa minha trajetória ao lado de vocês. E, é por isso que posso dizer, sem dúvida, que todos vocês foram uma benção em minha vida. E como anjos, abriram suas asas quando precisei de proteção. Por isso, são pessoas feitas de amor e, pessoas assim, a gente não esquece jamais, pois são especiais. São ungidos de Deus que fizeram parte da minha história de vida e ajudaram a tornar o meu trabalho bem melhor. Nesse sentido, sou muitíssimo grata a Deus por ter podido trabalhar ao lado de vocês e espero nunca perder o contato, porque com o passar dos anos nesta escola, tornaram-se para mim uma grande família. Esse é um momento muito especial! Por isso quero agradecer pelos vários momentos de cumplicidade, tristezas e alegrias, que me ensinaram a crescer como pessoa e profissional. Despeço-me de cada um e cada uma com um misto de tristeza e saudades. Tristeza por deixar de conviver com pessoas tão especiais e, saudades, pois amigos de verdade nos impulsionam e nunca nos deixam desistir, por isso, sentirei falta desse aconchego e carinho que recebi nesses oito anos em que convivemos. Encerro essa carta de despedida com um pensamento de Albert Einstein: “Não sei se estou perto ou longe demais, se peguei o rumo certo ou errado. Sei apenas que sigo em frente, vivendo dias iguais de forma diferente. Já não caminho mais sozinha, levo comigo cada recordação, cada convivência, cada lição; E mesmo que tudo não ande da forma que eu gostaria, saber que já não sou a mesma de ontem me faz perceber que tudo valeu a pena...! Muito obrigada e que Deus abençoe a todos e todas. E, um até breve. Maria Inez Rodrigues Pereira

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Lei prevê punição para o aluno que desrespeitar professor

A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou na quarta-feira (28) proposta que prevê punição para estudantes que desrespeitarem professores ou violarem regras éticas e de comportamento de instituições de ensino. Pelo Projeto de Lei 267/11, da deputada Cida Borghetti (PP-PR), o estudante infrator ficará sujeito a suspensão e, na hipótese de reincidência grave, será encaminhamento à autoridade judiciária competente. A proposta muda o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) para incluir o respeito aos códigos de ética e de conduta das escolas como responsabilidade e dever da criança e do adolescente estudante. O relator, deputado Mandetta (DEM-MS), destacou que a violência contra professores do ensino médio e do fundamental é uma das causas da falta de qualidade da educação brasileira. “Professores com medo de sofrer violência ou represálias verbais e físicas, principalmente por parte de alunos, somado à falta de punição administrativa e/ou judicial dos estudantes indisciplinados ou violentos somente corroboram a existência de sérios problemas educacionais”, afirmou. O parlamentar disse ainda que um estatuto que assegura apenas direitos, sem determinar deveres, desrespeita uma das regras básicas da educação, que é o respeito aos direitos dos outros. “É fato que há uma crescente violência contra professores e diretores em sala de aula, que não vem sendo coibida adequadamente pelas normas hoje em vigor. Cremos que o sistema de proteção integral determinado pela Constituição Federal às crianças e adolescentes também passa por imposição e cumprimento de deveres”, concluiu. Fonte: Agência Câmara de Notícias

sábado, 28 de setembro de 2013

FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA HUMANA

                                              Maria Inez Rodrigues Pereira

Não sou psicóloga mas o estudo do desenvolvimento humano me fascina. Ultimamente, o que me deixa inquieta é a falta de consciência do ser humano por tudo e por todos. 
Fala-se muito de consciência ecológica, consciência reflexiva, consciência humana, etc., mas o que se assiste por aí é uma tremenda falta de consciência das pessoas para a necessidade do próximo. Isso nos leva a pensar que muitas pessoas não refletem sobre si mesmos.
 Mas, o que vem a ser refletir sobre si mesmo?... Ter consciência dos erros que o ser humano é capaz de cometer?
Consciência, no sentido estrito da palavra, abrange  relação entre si e o ambiente. De acordo com os ensinamentos da neurologia a consciência está relacionada com algo específico a ser realizado, ou seja, é tomar decisões apropriadas ou não. Ser consciente de algo e para algo (Jordy, 1998). Por isso mesmo, chego a conclusão de que poucas pessoas têm consciência dos erros que cometem.
Digo isso porque, tendo  em vista alguns acontecimentos envolvendo principalmente muitos adolescentes, é preocupante que a sociedade contemporânea, composta por seres humanos, e por isso deveria ser mais humana, pouco se preocupa com a formação da Consciência  dos jovens adolescentes. Ou será inconsciência? 
Alguns especialistas explicam que a inteligência humana é imprevisível no seu desenvolvimento, pois ela vai se organizando de maneira seletiva a partir das informações recebidas e arquivadas, o que leva o ser humano a realizar suas escolhas. Ter alguém para aprender e assimilar os ensinamentos é fundamental para qualquer pessoa desenvolver sua inteligência. Sempre temos alguém para nos espelhar.
Desta forma, selecionar informações positivas para o crescimento humano no que se refere a formação da personalidade e, portanto, para o crescimento de um ser humano Consciente  de seus atos, é vital.
Mas, de que forma isso está ocorrendo? Estamos preparando  nossas crianças e adolescentes para uma aprendizagem seletiva e crítica? Estamos preparando-os para serem conscientes dos seus atos?
Ser consciente dos atos, exige compreender  a importância de cada ato por meio de exemplos. Essa formação, é sempre acompanhada de outro ser humano, por isso é aprendido e é aprendizagem. É interagindo com outra pessoa no meio em que vive, que o sujeito aprende. Ou seja, é na escola, na família, com os amigos, etc., que a criança e o adolescente vai aprendendo a se tornar um sujeito consciente. Assim, a consciência vai sendo construída, vai sendo formada.
Portanto, como no desenvolvimento da linguagem, a formação da consciência depende de estímulos positivos. Ou seja, a experiência de pensar sobre as coisas caminha paralelamente com o aprendizado da linguagem. Por isso, o diálogo é muito importante em todas as fases do desenvolvimento da criança e do adolescente, uma vez que a linha entre atos conscientes e inconscientes é muito tênue.
Entretanto, é evidente que a bagagem hereditária conta muito nesse processo, porém, também resulta das influências recebidas durante toda a vida, pois, a significação das coisas é percebida pelo homem/ser humano na medida em que vai  organizando a sua relação com o meio onde vive. Na medida em que este, vai tomando consciência do outro, compreendendo o outro e desenvolvendo a inteligência emocional, para aquilo que lhe é mais significativo em seu contexto existencial.
A partir dessa afirmação, fica a pergunta: que tipo de inteligência emocional estamos formando nas pessoas deste século? Consciente ou inconsciente? Frio e calculista ou amoroso e altruísta? Egocêntrico e narcisista ou filantropo e solidário?
Diante de tantos acontecimentos e situações que merecem nossa reflexão, e que assustam muito mais hoje do que ontem, está na hora de se rever certos exemplos, que vem ensinando e influenciando nossos jovens muito mais a destruir do que a construir. Exemplos estes que não ajudam a construir seres humanos íntegros e conscientes. Seres humanos com habilidades para tolerar e respeitar as diferenças. Seres humanos capazes de construir a paz e não a guerra.


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O ALUNO QUE NÃO QUER APRENDER



Maria Inez Rodrigues Pereira

Estamos vivendo uma onda de grandes desafios no processo de educação de nossas crianças e jovens adolescentes nas escolas de todo país. Desafios estes, que ultrapassam a necessidade e o interesse dos alunos para a aprendizagem. Como educadores, estamos falhando em nossa missão de ensinar, pois, enfrentar uma sala de aula tornou-se uma tarefa extremamente cansativa e quase insuportável. Muitos são os problemas de indisciplina e violência que atrapalham o processo de ensino. Ultimamente, nem mesmo as novas tecnologias estão dando conta de prender a atenção dos educandos para a aprendizagem. Isso é preocupante, uma vez que a função da escola pública na contemporaneidade é a de preparar o aluno para enfrentar as mudanças sociais que o mundo apresenta em cada contexto histórico a partir dos conhecimentos científicos adquiridos, e que foram construídos pelo conjunto da humanidade. Nesse sentido, se o aluno não dominar alguns conhecimentos básicos para se comunicar, calcular e para apoderar-se da cultura transmitida ao longo da história da humanidade, acaba por se prejudicar em sua formação e evolução humana. Mas, o mais estarrecedor disso tudo, é o desafio de ter em sala de aula o “aluno que não quer aprender”.

Uma vez que o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, no Artigo 53 estabelece que “A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho” é função da escola e, consequentemente dos professores, ofertar um ensino de qualidade. Entretanto, mesmo sendo um direito, alguns alunos se recusam a frequentar as instituições de ensino e aprender conteúdos científicos, pois, quando aparecem, atrapalham colegas e professores durante as aulas, ou porque têm dificuldades de aprendizagem, ou porque não têm interesse pela escola. Nesse contexto, a responsabilidade maior está nos pais, que não acompanham o desenvolvimento escolar dos filhos como deveriam, procurando a escola somente no final do ano letivo. Essa situação é chamada de demissão dos pais. Essa demissão dos pais na vida dos filhos foi preconizada por Paul-Eugène Charbonneau em seu livro   “Educar: problemas de juventude Educar: diálogo de gerações”, editado em 1972 . De acordo com o autor,"Existe uma lei da natureza que liga intrinsecamente o pai ao filho, de tal modo que trazer à vida uma criança é comprometer-se irremediavelmente a aceitar que tenha sido posto em sua vida um peso que jamais será retirado. O pai é sempre o pai de seu filho, e este dispõe de um direito indiscutível e irrevogável, consequentemente da dependência na qual a natureza o lançou por ocasião de seu nascimento e que o mantém durante os longos anos da infância, da adolescência e, até mesmo, da juventude. Ninguém é pai por um dia, mas para sempre (CHARBONNEAU, 1972, p. 223).

Podemos compreender, com base na citação de Charbonneau, que os pais não podem se omitir da educação dos filhos, porque segundo o autor: “a escola solicita, a família forma”. Deste modo, é preciso que, tanto os pais quanto os filhos, compreendam que a escola existe por uma necessidade humana. Necessidade essa que, de acordo com Santos(1992) “engrandece o indivíduo, tornando-o uma criatura humana”. Por isso, não é apenas a necessidade de formação profissional que deveria ser a prioridade na vida do educando, até porque hoje em dia muitas pessoas ganham ótimos salários sem nenhuma formação acadêmica. Mas sim, vir até a escola para aprender conhecimentos científicos sistematizados que é resultado de um contexto histórico-social produzido pela humanidade, pensado de modo que as novas gerações possam se apoderar dessa cultura e se humanizar. Basicamente, deveria acontecer da seguinte forma:
A arte de estudar deve satisfazer as exigências essenciais de : a)economia mental, isto é, exaltação do pensamento; b) osmose da escola e da vida.
...Enquanto estas exigências não são satisfeitas, há mutilação da realidade humana. (CLAIRE LUCQUES, apud CHARBONNEAU, 1972, p.299)

Tais afirmações nos levam a refletir que é preciso, antes de tudo, querer aprender. E esse é o nosso maior desafio, levar o aluno a querer aprender. Levar o aluno a entender que não há nada no mundo mais importante do que educar-se. Nada mais decisivo na vida do que a formação acadêmica de uma pessoa, porque dela depende a sua felicidade ou infelicidade.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

TRISTEZA DE PROFESSORA



                                                  Maria Inez Rodrigues

Não existe coisa mais dolorosa para uma professora, do que ver seu aluno se condenando à uma reprova quando diz ao mestre " não quero aprender".

Nada dói mais para uma professora, do que assistir seu aluno ironizando suas aulas sem nem saber direito o que é ironia.

Nada frustra mais uma professora, do que ver seu aluno "passando" de série/ano, vazio de conhecimento.

Nada custa mais para uma professora do que ver seu tempo se diluindo em vazios de esquecimento.

Tristeza, é o fim de um planejamento que "não deu certo", porque um aluno reprovou.

Tristeza, é ouvir de um aluno: "vai se..., isso não me interessa".

No fim de tudo, o conhecimento vai se esvaindo em trabalhos mal feitos; em provas não concluídas; em tarefas não realizadas; em notas vermelhas de "vergonha", por não ter conseguido atingir o objetivo.

Ultimamente ser professor é isso. É realizar uma prática extenuante de "nãos", "talvez", "deixa pra lá", "faça-me o favor", e de " ah!, dá nada não".

Salário?... nada atrativo.

Respeito?... zero.

Paciência? ... curtíssima.

Esperança? ... morrendo.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

HOMENAGEM A MEU PAI

MEU PAI, QUEM FOI?

                                                                                             Maria Inez Rodrigues Pereira







Nivaldo foi um homem altivo, determinado   e                                              
Incansável na sua luta diária.
Valente e sempre guerreiro, valorizou cada conquista sua.         
Aprendeu com a vida e ensinou seus filhos  que é preciso
Lutar, conquistar e nunca desanimar.
Domou as tristezas que surgiam com as marcas da alegria.
Orou e agradeceu a Deus, do amanhecer ao fim do dia.

Reclamou  de alguns fardos que a vida lhe impingiu, pois
O valente também sofre, não é de ferro, mas  uma coisa era certa
Deus  sempre esteve ao seu lado,
Retribuindo com bênçãos, as orações do incansável Sr. Nivaldo.
Irritava-se com a rebeldia dos filhos, que tanto trabalho lhe deu.
Gostava mesmo, era de ser bajulado.
Um corintiano fanático, não admitia – O Corinthians perdeu?!
Era torcedor  dos chatos, não gostava de perder campeonato.
Saudades meu pai!! ... Saudades  Sr Nivaldo!!                                                    

De todos os filhos o Antônio era o xodó,
O Marco Aurélio o chaveirinho  que em todo o lugar lhe seguia.
Suas filhas Amália, Maria Inez e Marcia, te tomavam como guia.

Anjos era seu sobrenome,                                                     
Nada melhor para combinar.
Jamais descuidou de nós, nunca parou de trabalhar.
Ocasião mais propícia não existe pra te homenagear, Anjo da guarda!
Sua proteção agora vem lá de cima, tenho certeza! Sentimos na alma.

            
             




sexta-feira, 19 de julho de 2013

A FAÇANHA EDUCACIONAL DA NOSSA CLASSE DOMINANTE.


Mexendo em minha estante de livros encontrei essa mensagem de Darcy Ribeiro, pensador, antropólogo, escritor, político e criador da UnB – Universidade de Brasília e autor da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Essa mensagem é um recorte de uma palestra proferida por ele na década de 1970 , mas que em virtude de tudo o que está ocorrendo em nosso país nos últimos dias e por conta do quadro em que se encontra a educação brasileira, considero essa mensagem ainda bastante atual. O autor usa de linguagem irônica e contundente para fazer duras críticas ao comportamento histórico de nossas classes dominantes. Na verdade ela nos leva a pensar porque não conseguimos avançar quanto a qualidade da educação nas escolas públicas de nosso Brasil.

Escreveu o autor em seu discurso:

A FAÇANHA EDUCACIONAL DA NOSSA CLASSE DOMINANTE.

                                                                                                            Darcy Ribeiro


Eu não concordo com aqueles que falam em fracasso brasileiro no esforço por universalizar o ensino. Eu acho que não houve fracasso algum nesta matéria, mesmo porque o principal requisito de sobrevivência e de hegemonia da classe dominante que temos era precisamente manter o povo chucro. Um povo chucro, neste mundo que generaliza tonta e alegremente a educação, é, sem dúvida, fenomenal. Mantido ignorante, ele não estará capacitado a eleger seus dirigentes com riscos inadmissíveis de populismo demagógico. Perpetua-se, em consequência, a sábia tutela que a elite educada, ilustrada, elegante, bonita, exerce paternalmente sobre as massas ignaras. Tutela cada vez mais necessária porque, com o progresso das comunicações, aumentam dia dia os riscos do nosso povo se ver atraído ao engodo comunista ou fascista, ou trabalhista, ou sindical, ou outro. Assim se vê o equívoco em que recai quem trata como fracasso do Brasil em educar seu povo o que de fato foi uma façanha. Pedro II, por exemplo, nosso preclaro imperador, nunca se equivocou a respeito. Nos dias em que a Argentina, o Chile e o Uruguai generalizavam a educação primária dentro do espírito de formar cidadãos para edificar a nação, naquelas eras, nosso sábio Pedro criava duas únicas instituições educacionais: o Instituto de surdos e Mudos, e o Instituto Imperial para Cegos.
Duas são as vias históricas de popularização do ensino elementar. Primeiro, a luterana, que se dá com a conversão da leitura da Bíblia no supremo ato de fé. Disto resulta um tipo de educação comunitária em que cada população local, municipal, trabalhada pela Reforma, faz da igreja sua escola e ensina ali a rezar, ou seja, a ler. Esta é a educação que se generalizou na Alemanha e, mais tarde, nos Estados Unidos, como educação comunitária.
A outra forma de generalização do ensino primário foi a cívica, napoleônica, promovida pelo Estado, fruto da Revolução Francesa, que se dispôs a alfabetizar os franceses para deles fazer cidadãos. Aqueles franceses todos, divididos em bretões, flamengos, occipitões, etc., aquela quantidade de gente provinciana, falando dialetos atravancados, não agradava Napoleão. Ele inventou, então, esta coisa formidavelmente simples, que é a escola pública regida por uma professorinha primária, preparada num internato, para a tarefa de formar cidadãos. Foi ela, com o giz e o quadro negro, que desasnou os franceses, e desasnado, os faz cidadãos, ao mesmo tempo em que generalizava a educação.
Como se vê, temos duas formas básicas de promover a educação popular: uma, religiosa, que é comunitária, municipal; outra, cívica, que é estatal e, em consequência, federal. O Brasil, com os dois pedros imperiais, e todos os presidentes civis e todos os governantes militares e que os sucederam de então até hoje, apesar de católico, adota a forma comunitária luterana. Ou seja, entrega a educação fundamental exatamente aos menos interessados em educar o povo, ao governo municipal e ao estadual.
Pois bem, prestem atenção, e se edifiquem com a sabedoria que os nossos maiores revelam neste passo: ao entregar a educação primária exatamente àqueles que não queriam educar ninguém – porque achavam uma inutilidade ensinar o povo a ler, escrever e contar – ao entregar exatamente a eles – ao prefeito e ao governador – a tarefa de generalizar a educação primária, a condenavam ao fracasso, tudo isso sem admitir, jamais, que seu intento era precisamente este.
O professor Oracy Nogueira nos conta que a nobre vila de Itapetininga, ilustre cidade de São Paulo, em meados do século passado, fez um pedido veemente a Pedro Dois: queria uma escola de primeiras letras. E a queria com fervor, porque ali – argumentava – havia vários homens bons, paulistas de quatro e até de quarenta costados, e nenhum deles podia servir na Câmara Municipal, porque não sabiam assinar o nome. Queria uma escola de alfabetização para fazer vereador, não uma escola para ensinar todo o povo a ler, escrever e contar. Vejam a diferença que há entre a nossa orientação educacional e as outras tradições. Aqui, sabiamente, uma vila quer e pede escola, mas não quer rezar, nem democratizar, o que deseja é formar a sua liderança política, é capacitar a sua classe dominante sem nenhuma ideia de generalizar a educação.
(Sobre o óbvio. In: Encontros com a civilização brasileira. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978, p.9-22)

Obs: o texto foi escrito como no original.

terça-feira, 25 de junho de 2013

A Educação como processo de humanização



                                                                                                     Maria Inez Rodrigues Pereira 


A educação como processo de humanização busca transformar o homem a partir da apropriação de conhecimentos científicos e que foram produzidos intencionalmente pelo conjunto dos homens. Praticamente, é possibilitar que o indivíduo passe de um estado vegetativo de inércia, para um estado de evolução consciente, capaz de transformar uma prática alienante de enxergar as diversas situações sociais, para uma prática revolucionária de mudanças por meio de conhecimentos adquiridos.

Esses conhecimentos não são espontâneos, mas sim organizados sistematicamente por meio de um currículo e reproduzidos pela escola a partir de práticas de ensino. Essas práticas devem ser revestidas de uma intencionalidade, organizadas por planejamentos e propostas de ação, com a finalidade de proporcionar ao educando uma educação integral.

Constitui-se, a partir desse entendimento, o fazer pedagógico como principal instrumento para a emancipação do educando, com base nos objetivos de ensino propostos e que o conduzirá a humanização por meio do trabalho. É por isso que ao se definir a intencionalidade da escola, há que se definir também sua prática interdisciplinar. 

A interdisciplinaridade é uma exigência para a prática humanizadora da educação na contemporaneidade. Pois, é no trabalho interdisciplinar que se forma o cidadão integral. O exercício do saber é formado pelas relações interligadas dos diversos conhecimentos que estão postos nas disciplinas e que foram construídos pelo conjunto dos homens. Necessariamente, deve-se recorrer à pesquisa para a construção e organização desses conhecimentos. Por isso, do professor exige-se preparo e formação pedagógico-didática que seja capaz de desenvolver no educando uma educação de qualidade. Pois, é a partir da aquisição desses saberes, adquirido na escola de forma organizada e planejada, que o indivíduo se humaniza e torna-se cidadão consciente de seus direitos.

Não há outro caminho para a humanização do ser humano que não seja pela educação. Isso significa que é a partir da apropriação da cultura e do trabalho que o homem se humaniza.

Em "O Homem e a Cultura", Leontiev (1978)  definiu o homem como um "ser social" e  tudo o que tem de humano nele provém da vida em sociedade.  Portanto, é a partir da apropriação da cultura e da  formação educacional que o homem se transforma e transforma a natureza. É por meio do trabalho que o homem se distingue dos outros animais, pois, a partir do aprendizado, ele produz para suprir as necessidades de sua própria existência.

Nesse sentido, é por meio da educação que o homem se humaniza e a escola se coloca como promotora na conquista da emancipação humana, realizando com qualidade, o processo de ensino para a apropriação dos conhecimentos científicos e filosóficos que sejam capazes de educar integralmente o ser humano. Ou seja, educar para a cidadania a partir da “assimilação ativa dos conteúdos” (VIGOTSKY,apud LIBÂNEO, 2008, p.3).

Desta forma, os novos desafios da educação brasileira exigirão dos docentes uma formação interdisciplinar que seja capaz de dar conta das necessidades educacionais dos alunos. Essa formação produzirá no professor uma atitude de incessante pesquisa, de modo que possa construir práticas significativas de aprendizagem nos alunos.

A partir desse entendimento é que a escola, como um todo, estará cumprindo o seu papel social na construção e transmissão da cultura produzida pelo conjunto dos homens, formando e humanizando aqueles que buscam uma educação de qualidade.







terça-feira, 18 de junho de 2013

Protestos sim, baderna não.

                                                                                    Maria Inez Rodrigues

Há muitos anos, acredito que desde as Diretas já, não se via uma mobilização tão intensa em prol de um objetivo comum.

Os protestos que estão acontecendo em todo o país, neste mês de junho, reivindicam direitos que estão sendo usurpados por políticos e gestores da administração pública, demonstrando um total desrespeito contra os cidadãos brasileiros. É uma manifestação legítima, porém, alguns elementos infiltrados e  de má índole procuram desmoralizar e desestabilizar esse movimento em prol dos direitos do cidadãos que lutam por uma educação de qualidade, tarifas de transporte público mais justas, punição contra os corruptos,  saúde, segurança, dentre outros direitos. Por isso, protestar sim, badernar não.


 A história do Brasil tem em seus registros diversas mobilizações e levantes que colocaram o povo nas ruas para reivindicar direitos e protestar contra os abusos praticados por políticos de má índole, e que ajudaram a consolidar a democracia brasileira.

 Entretanto, não basta mostrar ao mundo, no momento da Copa das Confederações, que o "povo acordou" apenas como um jargão pronunciado ao vento. Nem incentivar o público presente nos estádios, nos jogos da seleção brasileira, a cantarem o hino nacional de costas para a bandeira. É necessário, transformar esse clamor em prática diária na luta por direitos e em votos nas urnas,  renovando, por meio do voto, o quadro dos deputados e senadores que transformaram a política em profissão, legislando em benefício próprio.

Com as pessoas nas ruas novamente, a democracia  se manifesta com  maturidade. A política praticada sem limites e cercada de impunidades tem de ser revista. Os partidos políticos reformulados, bem como suas plataformas e projetos de governo. A PEC 37  derrubada. A maioridade penal  revista. Os políticos  ouvirem mais seus eleitores. Os interesses da população respeitados. As tarifas de ônibus com seus preços para baixo.

Entretanto, de acordo com Marx, "A História não faz nada, não “possui uma enorme riqueza”, ela “não participa de nenhuma luta”. Quem faz tudo isso, quem participa das lutas, é o homem, o homem real; não é a “História” que utiliza o homem como meio para realizar os seus fins – como se tratasse de uma pessoa individual – pois a História não é senão a atividade do homem que persegue seus objetivos. (MARX, Karl e ENGELS, México, Grijalbo, 1967, p. 1590). 

Esse movimento está fazendo história, porque os homens e mulheres participam da luta. Quando convocados comparecem, se manifestam e proclamam suas vontades. Marcham por um país mais justo e melhor. Marcham por um Brasil mais competente, educado, com melhor qualidade e condições de vida.

Salve! o povo brasileiro. Salve! os filhos que não fogem a luta. Salve! a minha pátria mãe gentil. Brasil!


REFERÊNCIA

MARX, Karl e ENGELS. A Sagrada Família (1845). Ed. Martin Claret, 1967


domingo, 13 de janeiro de 2013

Pergunte-me amanhã
 
                                                                                              Maria Inez Rodrigues

Pergunte-me amanhã, o que teria sido se não tivesse te amado?
Pergunte-me  amanhã , quais seriam as chances de ter te conquistado?
Pergunte-me amanhã, se haveria alguma chance de ter-te rejeitado?
Pergunte-me amanhã, a razão de estarmos separados.

Pergunte-me amanhã, o quão difícil foi encarar a vida.
Pergunte-me amanhã, se consegui curar a ferida.
Pergunte-me amanhã, as lembranças da despedida.
Pergunte-me amanhã, porque estou só na avenida.

Pergunte-me amanhã, se ainda me resta um sonho.
Pergunte-me amanhã, do pesadelo medonho.
Pergunte-me amanhã, porque tudo é enfadonho.
Pergunte-me amanhã, a razão de não ser mais risonho.

Pergunte-me amanhã...

filmes

  • A casa do lago
  • A filha do presidente
  • Amizade Colorida
  • Antes que termine o dia
  • Cavalo de Guerra
  • Conversando com Deus
  • Diamante de Sangue
  • Gladiador
  • Imagine eu e você
  • Meu nome é Radio
  • O diabo veste prada
  • O pacto
  • Titanic
  • Uma linda mulher
  • uma lição de amor