Maria Inez Rodrigues Pereira
imagem: http://www.rc.unesp.br/biosferas/0063.php |
O
ano letivo está perto de começar e os professores paranaenses se preparam para
uma semana de estudos e planejamento. De
acordo com o estatuto do servidor público do Estado do Paraná, Lei 6.174/70 que
estabelece em seu artigo 281 que “o servidor deve participar de treinamento
funcional, especialização ou aperfeiçoamento profissional quando convocado”, todos
os profissionais que atuam nas escolas não podem deixar de cumprir essa carga horária de
trabalho, uma vez que esse momento se
constitui a base para o trabalho pedagógico durante todo o ano letivo de 2015.
Esta
formação continuada é de extrema importância para os professores, pois,
independente do tema a ser desenvolvido, torna-se uma ótima oportunidade de
levantar reflexões e críticas a cerca do trabalho coletivo na escola. Por isso,
deve ser muito bem aproveitado por todos esses profissionais.
Para
que os professores tenham um bom desempenho no seu trabalho pedagógico é
necessário que o esforço coletivo seja posto em prática a partir dos estudos
realizados durante a Semana Pedagógica. Desse modo, os estudos visam a mudança
de paradigmas que dificultam o avanço na qualidade do ensino e, principalmente,
das práticas metodológicas que não
conduzem nossos alunos a efetiva construção do saber. Nesse contexto é que a formação
continuada se faz o caminho para superar desafios, corrigir rumos e realizar
reflexões a cerca dos “saberes que
constituem a docência”(PIMENTA,1996) e que não podem ser esquecidos durante
nossa práxis.
O
estudo dos fundamentos filosóficos que sustentam as práticas pedagógicas nas
escolas, bem como a gestão, o planejamento e a organização da escola contribuem
para esclarecer as dúvidas sobre o entendimento que os profissionais possuem quanto
à concepção de educação prevista nos documentos oficiais, com relação a cada
modalidade de ensino. Ou seja, no Ensino
Fundamental a concepção de educação prevista nos documentos oficiais é a “de que os conteúdos trabalhados na escola
possam contribuir para a crítica as contradições sociais, políticas e
econômicas presentes nas estruturas da sociedade contemporânea e propiciem
compreender a produção científica, a reflexão filosófica, a criação artística,
nos contextos em que elas se constituem”.(DCE,2008 p. 14)Portanto, uma
concepção vinculada ao materialismo
histórico dialético que possibilite ao estudante a formação necessária
para o enfrentamento com vistas à transformação da realidade social, econômica
e política de seu tempo.
Já
no Ensino Médio, que está passando por reformulação, deve ter uma base unitária sobre a qual podem
se assentar possibilidades diversas como preparação geral para o trabalho ou,
facultativamente, para profissões técnicas; na ciência e na tecnologia, como
iniciação científica e tecnológica; na cultura, como ampliação da formação
cultural. Ou seja, uma educação que busque despertar reflexões a respeito de
aspectos políticos, econômicos, culturais, sociais, e das relações entre o
ensino da disciplina e a produção do conhecimento.
Por
essa razão é que a Semana Pedagógica, que acontecerá de 02, 03 e 04 de
fevereiro de 2015, é muitíssimo importante para todos nós profissionais da
educação, uma vez que o objetivo principal de cada Semana Pedagógica é discutir
as formas organizativas de gestão escolar, avaliação e currículo. Sendo assim,
essa formação continuada ao mesmo tempo em que nos proporciona fundamentação
teórica, também nos faz revisar metodologias e nos indica a atual situação
vivida pela escola e sua atribuição na sociedade contemporânea.
Segundo Paro (2001, p. 10),”não há dúvida de que podemos pensar
na escola como instituição que pode contribuir para a transformação social. Mas,
uma coisa é falar de suas potencialidades... uma coisa é falar “ em tese”, falar
daquilo que a escola poderia ser. [...] outra coisa bem diferente é considerar
que a escola que aí está já esteja cumprindo essa função”.
Somente
a formação continuada pode nos ajudar a pensar na escola como instituição que
contribui para a transformação social, conforme aponta Paro. Pensar nas
contradições que estão postas e impostas no nosso cotidiano e que se destacam
nos resultados das avaliações. Pensar no trabalho pedagógico do professor como ponto chave para essa transformação social a partir da aprendizagem crítica do aluno por
meio de conteúdos básicos, estruturantes e específicos e que o faça se apropriar de conhecimentos
científicos, necessários à sua formação humana.
Essa
é a especificidade da escola. Esse é o objetivo da Semana Pedagógica e da
formação continuada. Não podemos ir contra esta obrigação, pois em todas as
profissões existe o “treinamento funcional” e no nosso ofício não pode ser
diferente. Que estejamos prontos a
aprender para ensinar mais e melhor e que a formação seja contínua, efetiva e
de qualidade.
REFERÊNCIAS
SEED. Diretrizes
Curriculares da Educação Básica. Curitiba, 2008
PARO,
Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. São Paulo: Ática,
2001.
PIMENTA,
Selma Garrido. Formação de Professores – Saberes da Docência e Identidade do
Professor. R.Fac.Educ. São Paulo, v.22, n.2, p.72-89, jul/dez. 1996.
SEED.
Orientações para o Registro Oficial do Evento. DFP. Curitiba, 2015.
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