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Planeta Sustentável

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS.





Estamos assistindo quase todos os dias pela TV cenas de violência contra professores da rede pública de ensino em algumas regiões do nosso país. Isso tem nos deixado assustados, porque nunca houve tantos casos assim anteriormente.
A violência nas escolas está sendo, de certa forma banalizada e isso é muito preocupante, porque o professor deveria ser respeitado e idolatrado, por ser aquele que conduz ao caminho da sabedoria e do conhecimento e formador de opiniões e de cidadãos.
O magistério é uma das profissões mais dignas que uma pessoa pode exercer, pois, todas as outras profissões passam por ela. É certo, no entanto, que a escola não acompanhou a evolução e as transformações que a era da tecnologia e do conhecimento exigem para o desenvolvimento da aprendizagem. Também é certo que o sistema de ensino está mais preocupado com resultados e índices do que propriamente com a qualidade desse ensino, muito embora faça cobranças colocando a cargo do professor a culpa pelo bom ou mau desempenho da escola.
Ora, sabemos que a maioria dos jovens e crianças que freqüentam nossas escolas é oriunda de famílias desestruturadas e que, por conta disso, a escola está responsável, também, por ensinar boas maneiras, ou seja, educar essas crianças e esses jovens ensinando-lhes limites que deveriam ter aprendido em casa com seus pais. Acaba, com isso, que a verdadeira função da escola está sendo desviada para obrigações que não são dela tendo que dar conta do currículo oficial previsto no planejamento do professor, bem como do currículo oculto presente nos temas que preparam nossos alunos para o pleno exercício da cidadania.
Também hoje, o professor precisa aprender a lidar com uma nova realidade, a do multiculturalismo, e respeitar as diferenças, bem como ser criativo na sua didática para evitar confrontos e dissabores que acabam por explodir em atos de violência contra ele mesmo.
O trabalho docente está se transformando em um trabalho de alto risco, porque se o professor exige do aluno responsabilidade nos estudos, ele sofre violência tanto física quanto verbal, mas se não exige e ensina de qualquer jeito, é taxado de incompetente e responsabilizado pela má formação desse aluno. Acredito, entretanto, que não devemos ser nem de mais nem de menos, porém não podemos baratear a educação e o nosso sistema de ensino como estamos vendo acontecer através dos resultados das avaliações que os meios de comunicação nos apresentam.
Tudo tem uma causa e uma conseqüência. A violência nas escolas está chamando a nossa atenção para algo que está errado. A educação é para todos sim, respeitando-se as diferenças, mas o respeito a quem ensina também deve ser garantido.
Uma Nação não se fortalece na sua cidadania sem Educação e uma Escola não se estrutura sem um professor. Portanto, está na hora do Estado voltar seus olhos para o que está acontecendo e defender seus professores, valorizando-os com salários mais dignos, com escolas melhor equipadas, com salas de aulas de no máximo 25 alunos, com planos de saúde de qualidade e garantia de assistência, com segurança no trabalho, bolsas de estudo para seu crescimento intelectual e profissional, bem como o respeito que todos eles merecem ter.
De uma coisa temos certeza, o professor perdeu o seu status. A cada dia que passa ele perde o status na sociedade para outras categorias que ironicamente passaram e ainda passam por suas mãos. O professor já foi muito mais respeitado do que é hoje. Mas, mesmo não sendo verdadeiramente valorizado como deveria a relação que o professor deve continuar tendo com seus alunos é de uma relação ativa para a transformação porque, como dizia Paulo Freire: “Há uma dimensão, de que participa todo professor, que diz respeito a seu papel, independentemente de sua opção política... É o ato de ensinar o que tem de ser ensinado”.
Maria Inez

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