Maria Inez Rodrigues Pereira
Durante muitos anos fui tratado
com indiferença, mas mesmo assim, ouviam minhas reivindicações. Minhas súplicas
eram por uma educação de qualidade e por um ensino que me fizesse ser
reconhecido como “o cara”, “o mestre”, a
pessoa que iria mudar a vida de tantas outras pessoas. Que decepção!
Hoje, me encontro combalido,
humilhado, ultrajado, desrespeitado em meus direitos de cidadão trabalhador, em
meus direitos de PROFESSOR.
A sociedade não me enxerga mais
com respeito e com admiração, pois se deixaram iludir por aqueles que
inventaram mentiras a meu respeito, dizendo que não sou bem preparado, que não
tenho condições de ensinar com qualidade.
Fui subjugado por aqueles
ardilosos da política que se dizem
detentores do poder e, de forma
mentirosa, espalharam que não mereço o salário que recebo. Quem me dera
receber o salário que me atribuíram... se bobear, nem trabalhando até o fim da
minha vida receberei tal prêmio.
Entretanto, minha súplica por uma escola de qualidade, por
condições dignas de trabalho, por direitos conquistados e garantidos e por
salários dignos vão continuar, mesmo que queiram me calar, mesmo que queiram me
derrubar, mesmo que queiram me destruir, mesmo que queiram me impedir de
ensinar.
A dignidade de um professor não está no local de trabalho e
no salário que recebe, mas no seu caráter e no seu profissionalismo. No seu respeito para com o aluno, na
qualidade e no jeito com que ensina.
Não há de ser uma
injustiça praticada por homens de gravata que irá me derrotar. Não serei
abatido por leis inconsequentes e abomináveis que detonam direitos e impõem o
desalento. Serei mais eu na escola, serei mais professor, mais orientador, mais
educador, mais formador, mais ensinador...
apesar de tudo.
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