Maria Inez Rodrigues Pereira
Não sou psicóloga mas o estudo do desenvolvimento humano me fascina. Ultimamente, o que me deixa inquieta é a falta de consciência do ser humano por tudo e por todos.
Fala-se muito de consciência ecológica, consciência reflexiva, consciência humana, etc., mas o que se assiste por aí é uma tremenda falta de consciência das pessoas para a necessidade do próximo. Isso nos leva a pensar que muitas pessoas não refletem sobre si mesmos.
Mas, o que vem a ser refletir sobre si mesmo?... Ter consciência dos erros que o ser humano é capaz de cometer?
Fala-se muito de consciência ecológica, consciência reflexiva, consciência humana, etc., mas o que se assiste por aí é uma tremenda falta de consciência das pessoas para a necessidade do próximo. Isso nos leva a pensar que muitas pessoas não refletem sobre si mesmos.
Mas, o que vem a ser refletir sobre si mesmo?... Ter consciência dos erros que o ser humano é capaz de cometer?
Consciência, no sentido estrito da palavra, abrange relação entre si e o ambiente. De acordo com os ensinamentos da neurologia a consciência está relacionada com algo específico a ser realizado, ou seja, é tomar decisões apropriadas ou não. Ser consciente de algo e para algo (Jordy, 1998). Por isso mesmo, chego a conclusão de que poucas pessoas têm consciência dos erros que cometem.
Digo isso porque, tendo em vista alguns acontecimentos envolvendo principalmente muitos adolescentes, é preocupante que a sociedade contemporânea, composta por seres humanos, e por isso deveria ser mais humana, pouco se preocupa com a formação da Consciência dos jovens adolescentes. Ou será inconsciência?
Alguns especialistas explicam que a inteligência humana é imprevisível no seu desenvolvimento, pois ela vai se organizando de maneira seletiva a partir das informações recebidas e arquivadas, o que leva o ser humano a realizar suas escolhas. Ter alguém para aprender e assimilar os ensinamentos é fundamental para qualquer pessoa desenvolver sua inteligência. Sempre temos alguém para nos espelhar.
Desta forma, selecionar informações positivas para o crescimento humano no que se refere a formação da personalidade e, portanto, para o crescimento de um ser humano Consciente de seus atos, é vital.
Mas, de que forma isso está ocorrendo? Estamos preparando nossas crianças e adolescentes para uma aprendizagem seletiva e crítica? Estamos preparando-os para serem conscientes dos seus atos?
Ser consciente dos atos, exige compreender a importância de cada ato por meio de exemplos. Essa formação, é sempre acompanhada de outro ser humano, por isso é aprendido e é aprendizagem. É interagindo com outra pessoa no meio em que vive, que o sujeito aprende. Ou seja, é na escola, na família, com os amigos, etc., que a criança e o adolescente vai aprendendo a se tornar um sujeito consciente. Assim, a consciência vai sendo construída, vai sendo formada.
Portanto, como no desenvolvimento da linguagem, a formação da consciência depende de estímulos positivos. Ou seja, a experiência de pensar sobre as coisas caminha paralelamente com o aprendizado da linguagem. Por isso, o diálogo é muito importante em todas as fases do desenvolvimento da criança e do adolescente, uma vez que a linha entre atos conscientes e inconscientes é muito tênue.
Entretanto, é evidente que a bagagem hereditária conta muito nesse processo, porém, também resulta das influências recebidas durante toda a vida, pois, a significação das coisas é percebida pelo homem/ser humano na medida em que vai organizando a sua relação com o meio onde vive. Na medida em que este, vai tomando consciência do outro, compreendendo o outro e desenvolvendo a inteligência emocional, para aquilo que lhe é mais significativo em seu contexto existencial.
A partir dessa afirmação, fica a pergunta: que tipo de inteligência emocional estamos formando nas pessoas deste século? Consciente ou inconsciente? Frio e calculista ou amoroso e altruísta? Egocêntrico e narcisista ou filantropo e solidário?
Diante de tantos acontecimentos e situações que merecem nossa reflexão, e que assustam muito mais hoje do que ontem, está na hora de se rever certos exemplos, que vem ensinando e influenciando nossos jovens muito mais a destruir do que a construir. Exemplos estes que não ajudam a construir seres humanos íntegros e conscientes. Seres humanos com habilidades para tolerar e respeitar as diferenças. Seres humanos capazes de construir a paz e não a guerra.